28.12.09

auto-diagnóstico

resumidamente, ser eu é como andar de monociclo em cima de uma corda a cinquenta metros do chão. não é que já o tenha feito, nunca sequer andei de monociclo, mas é o que parece. tenho vertigens em ser eu.

sou muita coisa, sou muito de tudo.
18:52 - debaixo do chuveiro. vem-me à memória uma imagem remota e, ao mesmo tempo, recente. vejo-me a mergulhar na água gelada e não consigo situar esse momento no tempo. não, a água não estava gelada, estava fresca, e não mergulhei forçada. eu tinha calor.
percorri o meu álbum de memórias... é impossível ter acontecido recentemente, porque é inverno. se não foi há pouco tempo, não foi nunca.
assustei-me. não aconteceu. aconteceu. sonhei e a minha cabeça passou esse sonho para a gaveta das experiências vividas. anda a acontecer muito comigo, algo se passa com a minha mente.
fechei os olhos e deixei-me reviver o momento.

eu estou com um grupo e estamos a ir embora de um lugar qualquer.
é de madrugada e eu tenho calor.
um rio atravessa-se à nossa frente, a água deve chegar-me pela cintura.
tiro o casaco e mergulho. é fresco, é bom. eu tenho de atravessar até à outra margem para ir para casa.
levanto-me e continuo a atravessar o rio, mas a corrente está forte.

não sei de mais nada, como se tivesse desmaiado na travessia, mas parece-me hoje tão real como este computador à minha frente.
uma pessoa com um pingo de consciência vai perceber que eu tenho muito para dar mas, de repente, dou uns valentes abanões a este estúpido monociclo e às vezes apetece-me cair. é claro, meu amigo, é claro que me dá medo. é também disso que gosto. sei que não vou cair agora e sei que o fim também tarda... sei também que muitos truques esconde a manga do destino e que não vim aqui parar ao acaso. até devia levar um letreiro pendurado no peito para avisar as pessoas: "cuidado, estão prestes a conhecer uma pessoa que não regula assim muito bem" ou talvez "uma pessoa que olha demasiado à sua volta e pode representar uma ameaça ao mundo".
isto não é só isto. não é só o chão, as paredes e o tecto! há muito mais, muito mais, muito mais. mas isso é obviamente a tal questão debatida ao longo dos séculos. eu não perco tempo em indagações. eu afirmo.

27.12.09

olha-me que esta...

é confirmado por autoridades competentes que a gripe a é (quase) só um mito!
a avaliar pelos votos da pequena sondagem que realizei no meu blog, das duas uma:
1) os meus visitantes são pessoas extremamente asseadas e nem sequer interagem com outros indivíduos numa época de pandemia global
2) a dita pandemia não atingiu proporções tão catastróficas como fazem crer e, na verdade, pouca gente ficou contaminada. os outros quatro apareceram na televisão.

Dos 42 votos, apenas 4 (9%) afirmam com certeza que já foram infectados com o vírus. Também há quem ache que possa ter tido, mas que se calhar era só gripe normal, só que às tantas foi o H1N1 porque estiveram em situações de risco, mas os sintomas não correspondiam todos... enfim. é verdade que há alguns pontos a ter em conta: muitos dos que votaram "que eu saiba não" podem ter tido depois de votarem, e a população inquirida foi bastante reduzida.
De qualquer das formas, a gripe a não é motivo de agoiro. antes pelo contrário. que melhor motivo parvo para se ficar em casa a enfardar? até posso mencionar uma querida conhecida minha que teve e que, já recuperada, numa avaliação de educação física, lamentou: "quem me dera estar com gripe a..."

24.12.09

é natal

parabéns ao jesus e feliz dia a todos os que o vão celebrar. e também aos que não querem saber. felizes coisas para todos, para sempre. esta noite podemos todos fingir que é o nosso dia de aniversário para recebermos ouro, mirra e incenso ou qualquer outra coisa que seja do nosso agrado.

entretanto, estou a saborear os últimos momentos de paz e amor dentro desta casa. assim que a minha mãe chegar, vamos todos tornar-nos loucos até à hora de jantar e eu vou andar a fugir pela rua, não vá ela esquartejar-me até à morte. a minha mãe fica muito paranóica com o natal, mas  não é por não gostar! antes pelo contrário; a família vem toda cá para casa e a minha mãe tem um ataque de coração se não estiver tudo perfeito.
espero nunca ser assim.

sim, já sei. tenho de levar o lixo para reciclar, fazer a cama, arrumar o quarto e a sala e pôr a mesa. assim que eu publicar este texto, a minha mãe vai recebê-lo no telemóvel.
3
2
1
fui!

19.12.09

verdade irrefutável

estar-se demasiadamente constipado não é nada ecológico.
hoje consegui gastar um rolo inteiro de papel higiénico.

bom fim-de-semana
e boas férias (para alguns afortunados!)

17.12.09

boloooo!

até que há vantagens em pormos a nossa mãe a ler o nosso blog assiduamente. este foi o meu bolo de aniversário.
hmm.. tenho a sensação de que já vi isto em algum lado...



está um bocadinho personalizado, mas perfeito na mesma!


ps: voltei ao post onde tinha a imagem do dito bolo mas, não sei porquê, ela mudou!

justificação de falta

a autora deste blog encontra-se, de momento, em férias temporárias para anestesiar e centrifugar a mente. promete regressar daqui a coisa de quinze dias, um mês, com uma lavagem cerebral digna de ser lida. pedimos desculpa pelo incómodo.
cumprimentos,

a direcção.

8.12.09

guia para um despertar eficaz

oh meu deus! que melhor presente (antecipado) poderia eu pedir?

a família é tudo e eu amo a minha. a família torna-nos quem somos, antes de lidarmos com factores exteriores como os amigos, a escola e tudo o que envolve a nossa independência.
se me fosse concedido um único desejo, pedia para ter por perto todos aqueles que me são importantes e que estão longe; todos aqueles que, seja por que motivo for, me deixaram saudades. a saudade é uma dor agonizante.

hoje acordei sozinha em casa. sentia que não tinha dormido tudo, mas havia qualquer coisa que não me deixava adormecer outra vez. virei-me e revirei-me na cama, até me lembrar que amanhã tenho teste de direito e era urgente estudar.

a minha mãe chegou a casa. tinha saído, não sei bem porquê e, se me tivesse levantado dez minutos antes, teria lido o bilhete que me deixou, que começava com "fui a um sítio secreto e chego pela hora de almoço.", coisa que me iria atazanar o juízo. mas não li, e achei estranho ouvir o incomum e forçado silêncio da sua entrada. distingui dois passos diferentes. ah, devia ser a irmã dela, nada de outro mundo.
alguém entrou no meu quarto, pé ante pé. olhei e, buscando forças sei lá eu donde, levantei-me num salto e deixei que saísse água dos meus olhos e que os meus braços apertassem a pessoa que se encontrava diante de mim. elas vieram. achava que nunca seria possível, mas vieram do outro lado do planeta e estão aqui.

"hoje eu sou feliz e canto..."

7.12.09

bom feriado

amanhã é feriado e é o meu último dia como menor de idade. depois de amanhã, poderei votar, tirar a carta de condução, adquirir e vender bens ao meu bel-prazer e viajar à vontade sem pedir autorização a ninguém.
não podia estar mais extasiada.
não quero ser adulta...
estou tão feliz com dezassete anos... tudo bem, poderei às vezes ser rotulada como uma adolescente naquela tão falada fase - sim, porque estes adolescentes, principalmente elas, estão sempre "naquela" fase, cujas coordenadas geográficas eu nunca cheguei a perceber, ou então é uma doença "lamento informar, mas o seu filho padece de "aquela fase" - mas não me importo. os dezoito têm ouro, mas depois vêm os dezanove, vinte, vinte e um, e uma pessoa começa a perder o fio à meada.
não interessa o número. eu ainda gosto de ver desenhos animados. ainda gosto de cerelac antes de ir dormir, ou de brincar com o yo-yo, ou de saltitar com os quatro membros no chão. sou assim, a dar para o mórbido.
"a menina parece uma criancinha, que idade é que tem?" será bastante ofensivo (e intensificará o vermelho das minhas bochechas) se eu responder: "dezoito!"

com dezoito anos casou a minha avó. com dezoito anos serei a rainha da macaquice, e o casamento ainda vem lá longe, muito longe...

bom feriado

3.12.09

ca ganda burra!

até nem escrever twitter sei! peço desculpa pelo erro cometido há dois posts atrás.
não é tweeter, é twitter.
bah.

30.11.09

quem é?




tweeter

juntei-me ao tweeter por mera curiosidade. após duas tentativas falhadas de compreender aquele sistema, cá estou eu de volta, se bem que algumas questões ainda me assombram a cabeça.
- estou com vontade de fazer xi-xi, será obsceno colocar isso lá?
- porque raio é que as pessoas irão achar interessante o que estou a fazer agora? coscuvilhice pura?
- terei muitos seguidores?
- põem-me escutas pela casa?
eu digo-vos, se é que vos interessa, o que ando para aqui a fazer. estou sentada na sala, à frente do computador. está muito frio e os muffins de chocolate estão a olhar para mim de forma tentadora. tenho uma ferida no dedo anelar da mão direita. acabou de passar um carro na minha rua e os pássaros cantam lá fora.
sinto-me bastante reconfortada por amanhã ser feriado, e por pouco ter feito hoje: joguei basquet na escola, simplesmente. mas cá está o meu endereço de tweeter, basta clicar aqui.
agora tenho de fazer o trabalho de educação física e preocupar-me com a entrega atrasada do ante-projecto de área de projecto. postumamente, irei deliciar-me com os feitos históricos da nação portuguesa, para um teste que terá lugar na quarta-feira.
tenho cieiro.

29.11.09

banco alimentar contra a fome

estive lá, episódios interessantes. e também contribuí. 0,39€ numa lata de salsichas, 0,89€ em quatro pacotes de bolachas, 0,59€ numa embalagem de esparguete. 1,87€ apenas.
o que é que custa?
os nossos conterrâneos precisam de nós. vamo lá rapaziada!

a próxima vez é só em maio.

conversa de um louco

estar frio, como hoje, serve para andar lá fora.
andar todo nu à chuva faz bem à saúde e à alma,
principalmente se a chuva está fria, fria, quase gelada.
porquê? porque é como um abanão no espírito,
uma dor um tanto ou quanto aconchegante.
as luzes natalícias também ajudam.
sou só eu comigo, e ninguém pergunta nada.
nem como, nem porquê.
toca um jazz na minha cabeça, eu vou sorrindo,
ignorando qualquer coisa incomodativa.
incomodar-me porquê?
pois se é domingo, terça-feira é feriado,
e fartei-me de comer chocolates!...

23.11.09

tu, simples transeunte

"tu, simples transeunte,
que não apenas um mero transeunte és.
passo por ti na rua, com o embalo do quotidiano,
e pronto.

é só isso que representas na minha vida: ar.
talvez haja uma troca de olhares,
talvez não.
talvez nem sequer repare que lá estás.
mas estás, e sei quem és
e tu, provavelmente, saberás quem sou
(ou talvez não sempre, porque vá-se lá saber
porque é que eu mudo tanto o cabelo).
mas acho que sabes.

então, não és só um transeunte incógnito.
já soube o teu nome.
lembras-te?

e chegámos a trocar dois dedos de conversa,
uma vez por outra.
lembras-te?

estudámos na mesma escola
e tínhamos amigos em comum,
também se contam pelos dedos as boleias
que te dei de manhã, a caminho da escola,
no carro do meu pai, que agora é meu.

ah, o meu pai...
nem sabes que ele morreu.
nem sei se te comoveria.
hoje só és isso, um simples transeunte."

autor um tanto ou quanto desconhecido

17.11.09

regresso ao futuro

como hoje é dia de se estar triste, vou tentar animar-me ao publicar (uma vez mais) uma música que o reflicta mas, desta feita, traduzida. e quem mais interessante para proceder à dita tradução que eu? basicamente toda a gente, mas eu é que mando neste raio de blog.
vamos tentar rir-nos um bocadinho, porque ao vivo esta técnica funciona. e vamos tentar perceber o que é que os nossos amigos da brincadeira fria nos querem dizer com estes cânticos.

vou ter contigo, peço-te desculpa,
tu não sabes o quão amável és.
tinha de te encontrar, dizer-te que preciso de ti,
dizer-te que te afastei.
conta-me os teus segredos e faz-me as tuas perguntas
ah, vamos voltar ao princípio.

oh que caraças, então voltem ao princípio, que não me apetece continuar a consultar o vagalume. mas experimentem traduzir em casa, ouvi dizer que tinha piada!!
nobody said it was easy...
no one ever said that it would be this hard.
i'm going back to the start.

15.11.09

tarde de domingo

deambulando entre os corredores do super-mercado, deparei-me com o meu carrinho de compras - aliás, nosso carrinho de compras - e passei-lhe os olhos por breves instantes; breves, porque numa fracção de segundo o meu choco-radar conduziu a minha visão até duas caixas de chocolate que se mantinham escondidas, debaixo do papel higiénico. o meu chocolate preferido.
- estás louca?
- o quê?
- vais comprar DUAS caixas de chocolate? queres matar-me?
- é para nós as duas!... ainda esta semana te queixaste que te apetecia e não tinhas...
- mãe, vais arruinar a dieta e a vida saudável!
- oh, se quiseres volta a meter na prateleira. - e, dito isto, virou-me costas.
- como é que me podes pedir uma coisa dessas?!
- é mesmo ali, ao pé da secção de higiene. vá, vai lá.
- eu sei onde é que é... mas como é que estás à espera que eu vá lá pôr?
- o que é que tem?
- oh, mãe - lamentei, com um sorriso pouco convencido - não consigo...
- está bem, ponho eu. - e pegou nas caixas.
- o quê?! vais devolver as duas?
- sim, não era suposto?
- pensei que ias deixar a tua...
- sim, posso deixar... ou então levamos as duas e eu escondo-as.
- não, também não é preciso tanto...
- é que eu como um chocolatinho de vez em quando; não sou como tu, que os comes de enfiada.
- eu detesto que os escondas e nem te vale de nada. só me aumentam as ganas de enfardar! independentemente de onde os guardares, já sabes que eu acabo por encontrar!
- não faz mal. levamos, mas não os comes todos numa tarde, ok?
- está bem. agora é que é! desta vez controlo-me.

12.11.09

código civil

"eu ainda tentei argumentar, mas
tapa na cara para me desmoralizar
tapa
tapa na cara pra mostrar quem é que manda"


é de pequenino que se torce o pepino, e é de pequenino que o burguês corre aos atropelos para apanhar atalhos e chegar primeiro.

é de pequenino que assim age, e pequenino permanece.

capitalistas de merda.

11.11.09

what's your reason?

would you stop talking?
muito de quando em vez, paro e penso que me podias ter ensinado. agora vais tarde...

10.11.09

a minha mamã é doce

quando era pequenina, gostava de folhear um livro que se chamava assim, "a minha mamã é doce". falava sobre uma mamã doce, que abria as torneiras de casa e transformava-a numa piscina gigante, e coisas assim. entre todas as coisas doces que a mamã fazia, essa era a minha preferida. como aquele episódio do tom & jerry, que eles abrem também as torneiras até a água inundar o chão, e depois congelam-na e patinam no gelo pela casa. esse era um dos meus sonhos de criança e, obviamente, nunca os concretizei.
mas não importa.
a minha mamã é doce,
mas não era por fazer trafulhices, era pelo simbolismo que agora, enquanto crescida, atribuo a esse conto. as mamãs fazem coisas espantosas só para verem os seus filhotes com um sorriso na cara. as mamãs são umas heroínas de guerra. suportaram aquele peso enorme na barriga durante nove meses, e nem quero imaginar como custou o que se seguiu; o acto de nos trazer à vida. e não é só pelos custos físicos que um parto traz, mas também por todas as responsabilidades que um bebé frágil acarreta. e esse bebé frágil tornar-se-á adulto, e convém que uma mamã seja doce o suficiente para o fazer crescer. mas também não pode ser doce demais.
como os bolos - se são doces demais, dão-nos dores de barriga.
as mamãs ralham e ainda mais doces ficam. e são doces para sempre, mesmo que estejam longe, ou mesmo que as últimas coisas que tenham dito sejam "vai estudar" ou até "arruma-me a porcaria toda da tua estante".
quando uma mamã diz coisas como "porcaria", "raios partam a miúda, chiça!" ou "deixa-me ver televisão sossegada", não percebem que, para além de nos irritarem profundamente, são doces e lindas.
cá está uma homenagem às mamãs. estejam onde estiverem, merecem esse nome, que é mais do que as quatro palavras que o constituem. não mãe, mas sim mamã. é doce.

9.11.09

como ser um cidadão exemplar

tarefa nº 1 - arranjar maneira de canalizar a raiva sem matar ninguém.
tarefa nº 2 - esconder o corpo da vítima em local seguro.

2.11.09

saci

o saci pererê foi uma figura bastante presente na minha imaginação de criança. para muitas pessoas que conheço, é apenas aquele de quem fala a ivete na sua música.
sim, "pererê saiu na capa do jornal fumando cachimbo em pleno carnaval", mas antes de ouvir essa música, já ouvia eu as "estórias" desta figura lendária.
"o saci é sapeca", dizia o meu pai, "causa remoinhos com vento, faz você se perder na floresta, e fica fazendo travessuras nas fazendas". eu ouvia com muita atenção e, um dia, deu-me um concelho que até hoje guardo:
"dizem que se você se perder na mata, deve colocar um cachimbo ou um cigarro dentro daquelas aberturas de um tronco de árvore, que o saci te indica o caminho de volta. não sei como, mas você descobre."
acho que esse dia nunca vai chegar. além disso, o saci é tão velho e só tem uma perna, coitado. no entretanto, eu cá ando com um cachimbo na mala, não vá o diabo tecê-las...

1.11.09

"dois-samba-dji-piri-pita-pimenta-pitonga-pintanga-e-pita"
tenho saudades disto

31.10.09

minilogue - animals

i love minimal

halloween

há muitas teorias diferentes para o nome halloween.
há muitas lendas diferentes para este ridículo fenómeno.

hoje em dia, não passa de mais uma forma fácil de fazer dinheiro. como o dia dos namorados, o dia dos pais, o dia dos avós, o natal, a páscoa, e afins. é um dia parvo, principalmente porque o importámos à força nos últimos anos. está na moda celebrar-se o halloween! e como?
comprando, comprando, comprando.

a celebração do halloween é uma tradição que provém da grã-bretanha. "trick or treat!" diziam os meninos, muito contentes, sem perceberem que estavam a dar continuidade a uma "cerimónia" enraízada.
e nós? nós subestimamos violentamente a nossa cultura, cada vez mais a cada dia que passa, para imitarmos sem sequer sabermos porquê. eu digo-vos o porquê. o mundo está em crise e o país tem de sair da banca-rota.

comprem, comprem, comprem.

e, acima de tudo, divirtam-se!

27.10.09

mad world

oiço esta música e teletransporto-me para todo o mórbido ambiente do donnie darko. que filme...
sinto um bocadinho disto. é bom e dói ao mesmo tempo.
tenho saudades... de coisas... de diversas coisas...
é mesmo um mundo louco, este.
r.i.p.




a minha avó

a minha avó é cheia de coisas engraçadas e isso dá-me vontade de rir.
eu gosto da avó porque ela dá-me vontade de rir, mesmo sem dizer nada.
às quintas-feiras passo a tarde em casa dela. não comemos bolinhos nem bebemos chá, ela não é esse tipo de avó. a minha avó é um bocadinho amalucada. e eu gosto dela assim.
às vezes, leva-me de carro a passear, e é a única pessoa que atinge os duzentos quilómetros na auto-estrada. isso é fixe. põe música alta, daquela que ouvia quando era mais nova. ela diz que esse tipo de música nunca passou de moda, eram os hippies que ouviam e ainda hoje os jovens gostam de se abanar ao som daquele ritmo divertido.
gosto quando ela me compra gomas, daquelas que picam na língua. os meus pais não me deixam comer dessas e, por isso, como-as muito poucas vezes.
uma vez por mês, ela leva-me ao parque de diversões do colombo e anda de montanha-russa comigo! depois jogamos bowling, comemos um gelado e percorremos as lojas para experimentarmos chapéus esquisitos e óculos de sol enormes. rimo-nos muito juntos.
a avó tem uma forma diferente de se vestir. acho que é desde que o avô "se foi" - é assim que os meus pais dizem, porque julgo que ele tenha morrido - que ela usa todas as cores do arco-íris. já lhe perguntei uma vez:
- ó avó, porque é que te vestes assim?
- o que é que tem?
- as avós dos meus amigos não usam tantas cores.
- que avó é que não usa cores?
- a avó do miguel.
- e o avô do miguel?
- não sei, acho que já morreu.
- claro. estas gajas pá, acham que a vida acaba só porque ficam sozinhas. mas não estão sozinhas, estão prontas p'rás curvas!
eu não percebi nada do que a avó me estava a dizer. acontece ela ficar assim, a falar um bocado sozinha, num tom audível. eu não costumo ligar.
- percebeste alguma coisa do que eu disse, miúdo?
- mais ou menos. - eu menti e a avó riu-se porque percebeu. ela conhece-me muito bem e é a minha melhor amiga.
ela também usa perfumes muito fortes, daqueles que enchem um apartamento inteiro em segundos! as pessoas na rua não parecem gostar e olham com um ar arrogante, mas eu adoro a avó e ela adora dar nas vistas. um dia, perguntei-lhe a idade.
- para que é que queres saber isso? queres levar-me a dar umas voltas? - eu respondi que sim embora, na verdade, seja a avó a levar-me a mim. ela riu-se. ela ri-se sempre que eu não percebo as coisas. então explicou-me que nunca se pergunta a idade a uma senhora.
a avó parece um palhaço. já deve dar para perceber porque é que eu gosto taaaaanto dela. usa aquele baton muito vermelho, põe manchas também vermelhas nas bochechas e pinta muito os olhos e as pestanas. ou pintava, porque acho que, de tão velha, a pele já agarra bem a maquilhagem.
os meus amigos gozam com a minha avó, mas eu quero lá saber. quando lhes digo que a avó me deixa comer todos os doces do mundo, ir dormir mais tarde e ficar no parque infantil até escurecer, eles ficam todos invejosos. não me dizem, mas dá para ver. a avó ensinou-me a ver quando as pessoas ficam invejosas.



a minha avó é fixe. os meus pais falam, em segredo, que ela perdeu os pirulitos, mas isso deve ser porque ela não lhes conta que os tem guardados numa caixa para eu comer sempre que vou lá a casa. os meus pais dizem que os pirulitos fazem mal aos dentes.

25.10.09

mau humor

não sou uma "blog-addict". acho que não. também não acho que os blogs sejam uma mariquice de hoje em dia. na verdade, até acho um conceito bastante interessante.
tanto é, que tenho um.
no início, escrevia aqui. só. lia os comentários que os meus amigos, com muita pena de mim, se davam ao trabalho de escrever.
a certa altura comecei a ler outros blogs para além dos dois ou três que me eram próximos.
e agora gosto de passar aqui uns belos momentos a coscuvilhar blogs alheios, à procura do certo para mim. à procura daquele que, hoje, me servirá como uma luva. e assim vou-me tornando seguidora de blogs.
a menos que os autores dos blogs se ponham a inventar, e tirem a opção de seguir o blog.
isso chateia-me.

há outra coisa que também me chateia. os domingos. e as segundas-feiras.
tenho os pés frios e pouco assunto. acho que vou retomar o tricot.

fim de fim de semana

hoje achei que devia mudar de visual e sinto que falhei a missão.
sou uma falhada.
enfim. podia ser pior.

odeio domingos.
e segundas-feiras.
e dias que não sejam férias.



22.10.09

um ano!




e já agora...



o meu blog completa hoje um ano!


deliciem-se com este bolo virtual.

a dor de pensar

- olha, ofélia, nem sabes! - disse doce e sorridentemente fernando, enquanto bebericava o seu café, de perna cruzada e confortavelmente recostado na cadeira - já consegui inventar aquela temática que te tinha dito.
- ai é, amorzinho? - ofélia fez um pausa, pensativa - mas qual? a do sonho?
- não, essa ainda está por acabar de inventar. estou a falar daquela, a mais complicada. chamei-lhe "a dor de pensar". o que é que achas?
- parece-me um bom nome... só de o ouvir, já me sinto triste.
- exactamente! - gritou fernando, por entre gargalhadas demoníacas - é exactamente esse o meu objectivo!
- mas nem é bem triste, fernando - continuou - é mais... não sei... se ouvir muitas vezes esse tema, parece que entrarei num estado depressivo.
fernando, ao ouvir isto, arregalou os olhos e deu um pulo da cadeira da esplanada.
- mas isso é óptimo, bebezinha! já estou a ver... - disse, enquanto gesticulava com as mãos e erguia o peito - já consigo ver a cara dos jovens do futuro, quando eu já estiver morto, a estudar todos os meus poemas, pimba, pimba, pimba, aquele suicídio literário todo a entrar-lhes pelos olhos!... e eles não se vão poder safar, terão que arranjar uma maneira ou outra de encontrar significado para todos os meus fúnebres poemas, tanto, tanto, tanto!... que não aguentarão de sofrimento.
- oh, nandinho, acalma-te - interveio ofélia, olhando de esgueira para os outros clientes que, outrora relaxados no famoso Martinho da Arcada, fitavam agora com desdém o poeta.
- tudo correrá como planeado, ofélia querida...- murmurou entre dentes, com um sorriso vitorioso - eu nem percebo muito disto, mas vou chumbá-los a todos, míseros estudantes, sempre armados em espertos, sempre à espera da sexta-feira seguinte para irem sair para o garage, sempre a pensar em comer gajas, em ver os morangos... esperem até ao 12º ano, esperem só! enlouquecerão!
- sim, claro... queres ir embora amor?
- ofélia, tu não estás a compreender... a vida tem sido madrasta para mim, e será assim até ao fim dos meus dias, mas pouco me importa. acredita que o meu nome ficará na história e em todos os malditos manuais escolares! em breve, todos saberão o que custa não saber se se é ou não... em breve, todos conhecerão as minhas mais estapafúrdias facetas, as minhas dúvidas, tristezas e noites mal dormidas! e, em breve, deixarão de ser minhas para se tornarem deles! de todos aqueles rebeldes! - as palavras saíam-lhe com tal intensidade, que as linhas da sua face haviam-se tornado tensas e demarcadas, fazendo a sua expressão assemelhar-se a um cão atiçado. os seus dentes pareciam agora mais proeminentes e, apesar de manifestar uma atitude raivosa, os seus lábios rasgavam-se num sorriso psicadélico, e quase não se viam as pálpebras superiores dos seus olhos, de tão abertos que estavam. um pingo de suor escorria-lhe, lentamente, pela testa até ao queixo.
- está bem, está bem, como queiras. já temos o café todo a olhar para nós, e já bebeste cafeína a mais para a tua conta.
ofélia pegou-lhe pacientemente pelo braço, enquanto as pessoas olhavam, aterrorizadas. a expressão facial de fernando paralisara. no entanto, ele não demonstrava resistência ao ser levado dali para fora. os seus movimentos estavam presos, e da sua boca saíam sussurros como "vamos acabar com eles... digo-te, ofélia... vamos acabar com aqueles mentecaptos..."
assim que saíram, o café retomou a sua sonoridade habitual. e aquele dia foi esquecido para sempre.
ou será que...?

20.10.09

mania da perseguição

adoro ouvir música aos altos berros, mas contenho-me sempre. não por ser prejudicial para os meus tímpanos, ou por ser benéfico demais para a minha alma. a ideia de os vizinhos me estarem a maldizer com todas as suas forças atormenta-me. a minha consciência diz-me sempre que, de uma forma ou de outra, eles acabarão por descobrir qual, de entre as 150 vizinhas, é a que está a ouvir música de qualidade muito alta.
não é que pense que ainda me põem na caixa do correio antrax ou uma ameaça de morte (porque nem sou eu que vejo o correio), mas essa visão corrói-me os miolos. uma vez por outra, ainda confronto os meus medos e aumento o volume, mas é horrível imaginá-los todos ali, nas suas casas, a conspirar contra a vizinha do sexto andar, e eu a tentar curtir a minha música, quase como se estivesse rodeada de pequenos diabos a falarem mal de mim.
por isso, arranjei uns phones de qualidade!

posso ouvir o meu sonzinho tranquila, não incomodo ninguém e ficamos todos felizes... até eu conceber a ideia de que tenho algum vizinho a espiar-me pela janela, a ver-me a dançarolar e a trautear melodias psicadélicas, como se de uma retardada me tratasse. ai deles que se riam das minhas figuras!
podia fechar as janelas.
e fecho. fecho e isolo-me da luz solar que me encanta, mas não faz mal... porque tenho uns phones de qualidade e posso fingir que estou numa super discoteca!... até não ouvir a campainha e deixar a minha mãe na rua, para todo o sempre, porque, logo hoje, se esqueceu das chaves.

17.10.09

van gogh cortou a orelha



Sometimes I feel like throwing my hands up in the air
I know I can count on you
Sometimes I feel like saying "Lord I just don't care"
But you've got the love I need To see me through

Sometimes it seems that the going is just too rough
And things go wrong no matter what I do
Now and then it feels like life is just too much
But you've got the love I need to see me through

onde é que errei, se é que errei?... se é que isto não é tudo da minha cabeça, se calhar sou um bocado paranóica e neurótica em relação a tudo o que me importa nesta vida. ou em relação a alguém. desculpa? porque é que parece que me estou a fazer de vítima? estou a agir como uma louca? não, meu amor. não sou louca. ou então sou - mais uma chanfrada na rifa.
quando a ténue linha entre a razão e emoção começa a assemelhar-se a algo invisível, como o sopro, não sei o que fazer ou o que dizer. na verdade, nem tenho tempo para não saber. simplesmente deixo que saia tudo a pontapé, palavras, lamentos e ofensas.
ofensas? não são ofensas. hás-de encarar como palavras de amor, porque não as dirijo a mais ninguém. só a ti, meu amor, porque te odeio como te amo, quando não te consigo ler.
nunca serei boa o suficiente, e agora tu percebes que não tinhas razão. sou uma pessoa decente mas, ao fim e ao cabo, não tenho coração. ou, por outra, até tenho: mas é um saco cheio de ervinhas que se colhem para feitiços, e já cheiram a mofo.
agora sou louca. sou excêntrica pelo que escrevo. diz-me, aquilo não foi motivo suficiente para desenrolar o novelo de blasfémias que tenho na cabeça? claro, achas que não, e por isso tens-me como maluca. mas eu acho que sim, e por isso sou mais débil ainda.
e, à medida que deixo sair o fumo das minhas orelhas (que já lá estava há muito tempo), mais tu te desiludes sem quereres, por teres confiado na minha presença encantadora.
era tudo tão especial e intenso, e ainda é, mas torna-se ridículo num contexto de vida quotidiana. somos imbatíveis, sim, seríamos, não tivesse eu de me deitar cedo para estar às 08h00 na escola; não tivesse eu de estudar todos os dias; não tivesse eu de preparar trabalhos; não tivesse eu outras pessoas na minha vida; não combinasse eu encontros com essas pessoas.
no fundo, sou mais um cadáver mundano a deambular no vazio.
hoje perdi-me pelos caminhos da incerteza humana, única e exclusivamente porque - oh, meu amor, perdoa-me outra vez - já tinha um compromisso para as 19h.

"queimai-me, senhor, queimai-me as plantas dos pés já que, como vossa ingrata esposa com uma orelha só, não mereço mais do que ser desprezada pelos vossos deuses"

sim, sou louca. fiquei louca. louca de amor.

14.10.09

post mortem

hoje vem à tona um tema mórbido.
eu não sou lá muito medricas, mas ontem custou-me muito a adormecer porque, momentos antes, tinha lido um artigo que, no geral, tem tudo de macabro.
enveredando um pouco pela cultura geral, passo a explicar o porquê da minha insónia: na era vitoria (finais do séc. XIX), entre as famílias mais abastadas, tornou-se um hábito tirar-se fotografias dos cadáveres. seria que por sadismo ou magias ocultas? nada disso. naquela época, a fotografia era uma tecnologia relativamente recente, de maneira que era muito mais prático tirar-se uma fotografia do que contratar-se um pintor minimamente competente para retratar aqueles a quem nós bem queremos.
conjugando a descoberta das maravilhas da fotografia com a elevada taxa de mortalidade infantil que se fazia sentir, os papás e as mamãs desgostosos poderiam capturar uma primeira e última imagem do seu pobre rebento, antes de todo o processo fúnebre.
isto continua a soar estranho? sim, se pensarmos que hoje em dia haverá uma maior dose de preconceitos relativamente a um corpo inanimado, não só pela pouca higiene que acarreta mantê-lo em casa como se de um vivo se tratasse, como também devido a toda aquela relação espiritual que se estabelece com o momento da morte.
na altura, a taxa de mortalidade não era elevada apenas na infância. assim sendo, acabava por ser uma questão com a qual se lidava com alguma leviandade. isto é já um pouco deduzido por mim, mas se era comum que morressem muitas crianças, uma mãe não estaria com tantas expectativas. para além disso, as imagens acabam por falar por si já que, nos dias de hoje, fotografar (ou até mesmo ver) gente morta será coisa que só os mentalmente perturbados apreciarão.
ainda que possa manifestar um toque sarcástico neste post, este assunto realmente incomodou-me, e peço aos leitores que, se não se interessarem propriamente por este tipo de questões, não confiram as imagens. muito menos à noite! eu juro que me custou a adormecer. para ilustrar a minha agonia (e para satisfazer os mais curiosos), reuni algumas das fotografias mais bizarras que encontrei numa breve pesquisa virtual.

parece que, sem querer, o rapaz fechou os olhos no momento do disparo. na verdade, ele está morto, sustentado por armações de madeira (muito provavelmente). a menina é a irmã dele que, como se vê pela expressão, está viva. esta dá-me arrepios. pela cara dela, não é uma sensação lá muito agradável.

não, o senhor não está a dormir. esta posição é pouco natural, muito menos para um post mortem.
esta ainda é mais arrepiante, já que a criança está de olhos abertos. nem quero imaginar como terá sido pô-la ali, com aqueles olhos a fitar o nada.

este casal tira uma última fotografia com a sua falecida filha adolescente. muitas vezes estas fotografias eram tiradas de forma a que desse a impressão do cadáver estar vivo, e o corpo da rapariga é sustentado pelos pais. urgh...

13.10.09

é de noite e está um belo dia lá fora

aaah, verão, seu malandro! não te queres ir embora, não é? eu amo-te na minha cidade.
se ficasses até aos meus anos...



tuturuu, ah, verão!... :)

12.10.09

o regresso e o senhor do lixo

[06-09-2009 - pedaço de papel que encontrei numa mala que levei para o japão]

aeroporto de paris.
são 03:04 da manhã, 20:04 da noite ou sete da tarde, depende da perspectiva. eu estou a madrugar em pleno anoitecer.
o senhor do lixo do aeroporto.
não é um senhor do lixo qualquer, é talvez um senhor do lixo mais conhecedor, mais habituado a povos de outros mundos. mais preso e cada vez mais afundado na sua medíocre vida de imigrante da cor do chocolate, que não passa de um mero espectador da evolução do mundo. lá, preso à sua simples vida, com uma família para alimentar. sonhando com a viagem da sua vida, que sabe que não passa de uma ilusão desconexa. quiçá por causa do seu olho direito, que não foca o mesmo objecto que o esquerdo.
baixa a cabeça, como que se rendendo à sua posição na sociedade, escondendo aquele olho deslocado que olha mais além, olha mais humilde e menos conformado com o rumo que a vida tomou.

o boarding gate, ou lá como gostam de o chamar, abriu. os viajantes passam.
eu, a minha directa e os meus anéis brilhantes passamos.
a minha folha amarrotada passa.

o senhor do lixo fica.

como sempre.

10.10.09

ontem, seu jorge

ontem o seu jorge cantou no campo pequeno. eu não estava cheia de expectativas porque, conhecendo ainda algumas músicas, não estava inteirada do seu trabalho. caracterizando todo o espectáculo numa só palavra, tenho a dizer que foi grandioso.
a certa altura ele fingiu ir-se embora, como maior parte dos artistas faz e, para além de ter deixado o público em êxtase, regressou para cantar não uma, não duas, mas umas três ou quatro músicas, seguidas de um suposto improviso de carnaval brasileiro, onde predominaram os bombos e batuques e todas aquelas músicas que os brasileiros de coração conhecem bem.

assim sendo, olhando para trás, digo que este concerto não deixou nada a desejar; pude ver na cara de toda a gente uma satisfação imensa, não só pela qualidade dos momentos passados, como também por toda a energia positiva que se gerou dentro do pavilhão. deu para se ouvir umas baladas românticas, umas brazucadas a puxar para o rock, samba e afins, e até o pedido de casamento de um tal de joão vargas à sua namorada ana, meros espectadores, que subiram ao palco por esse motivo e marcaram este espectáculo. foi inédito.
mais uma vez, foi grandioso.







7.10.09

estímulos II

trocando ideias com a minha querida autora do blog pequeno-almoço relativamente ao último post, soube que ela elaborou a sua própria resposta (personalizada, é claro) e, consecutivamente, descobri que outra blogonauta de nome snail (clicar para aferir), publicou também um post alusivo a este tema dos estímulos olfactivos.
assim sendo, reponderei a minha proposta, e esclareço aos meus leitores que será ainda mais apelativo propôr que me falem das suas experiências com cheiros e memórias. estas são as palavras-chave. no vosso blog, ou aqui mesmo, sintam-se à vontade para descarregarem tudo o que vos vier à cabeça.
chegou a hora, minha gente! chegou a hora de se manifestarem!
agradecida,
"quem?" e companhia.
ps.: isto já se está a tornar uma máfia, a atraM e eu conspiramos cada vez com mais intensidade neste mundo que é a blogosfera.






e cá está, Rita! mais um vídeo para a colecção. agora sim, é a sério.

3.10.09

resultados da sondagem


concluí com esta sondagem que devia ter posto mais opções de escolha, tais como kuduro, trance e hip-hop, já que a opção de "outros" foi a segunda mais votada. oh, well... fica para a próxima. obrigada pelo contributo. kizomba sempre no coração, hein?

2.10.09

estímulos

porque os meus amigos constituem uma fatia importante deste bolo que é a minha vida, apeteceu-me hoje mesmo elogiá-los, e faço-o dizendo que, tendo amigos, tenho tudo. tenho amigos e amigas que são os melhores do mundo; amigos para a vida, por quem eu dou tudo.
há uns meses, a autora do blog pequeno-almoço ofereceu-me um caderninho minorca, de capa prateada e páginas recicladas. nesse caderno escrevo qualquer coisa que me venha à cabeça, quase como um blog. a única diferença é que não é virtual, não interage com ninguém, e não são textos que escrevo. são palavras, frases ou conclusões que tiro da minha vida.
assim sendo, a última coisa que escrevi tinha a ver com a amizade: a que sabe, a que cheira, a que soa. sabem quando ouvem um som ou sentem um aroma ou sabor tão familiares que vos remetem para uma fase da vossa vida, ou para alguém em especial? essa sensação sempre esteve lá escondida nos recônditos do inconsciente, e só com aquele estímulo se desperta.

e a amizade?
sabe a quê?
cheira a quê?
soa a quê?

aqui está um desafio para os meus leitores. gostava de receber várias respostas diferentes, de pessoas distintas, anónimas ou não. seria interessante.
pus a hipótese de premiar a melhor resposta mas, para além de um post a congratular o autor da dita proeza, nada mais poderei fazer. no entretanto, fico à espera de respostas.

30.9.09

eu tenho saudades disto! tu não tens?!

palavras

afastei-lhe a mão. ele saiu da sala. o meu coração caiu. tive tempo para fazer zapping pela rede toda da zon duas vezes, ponderando o que diria quando ganhasse coragem de ir atrás dele.
por fim, ele apareceu e sentou-se ao meu lado. nesse instante, a televisão passou uma música do John Legend, artista cujo cd ele me tinha oferecido na noite anterior, quando fomos comer um gelado ao chiado. às tantas, aquilo era um sinal, era o john legend a dizer-nos que aquele desentendimento não passava de uma parvoíce. irónico. ri-me.
- John Legend. - disse.
ele parecia desolado. arrependi-me logo do que dissera: "boa, agora ele pensa que és desequilibrada!".
encostei a cabeça no seu ombro.
- o que é que nos aconteceu? - perguntou.
ele estava a exagerar e isso incomodou-me. por outro lado, percebi o seu dilema. não percebeu nada.
- não me voltes a deixar sozinha.
beijou-me a cabeça.

17.8.09

adeus lisboa!

eu amo-te. juro que te amo.
já viajei pelo mundo todo e, ainda assim, és a minha cidade preferida.
sou suspeita por dizer que és a cidade que mais alma tem, porque és também aquela que reúne a maior parte das minhas memórias.
eu amo-te, juro que te amo.
passámos por muito juntas, e ai de mim esquecer-me de ti um dia! nunca te esqueceste de mim, envolves-me durante a noite num embalo doce. as tuas ruas e os teus bairros imperfeitos, as tuas luzes sob o breu do teu cobertor, a tua respiração... foi por tudo isto, e talvez mais, que me apaixonei por ti desde o primeiro segundo.
eu amo-te. juro.
mas estou de malas feitas para outra civilização, outra cultura, outro povo. chama-se japão. tóquio. quioto. kanazawa. nenhum destes nomes é tão bonito como o teu... não, não te estou a tentar consolar. eu vou, sim.
mas volto em três tempos! ou melhor, em três semanas. não fiques triste comigo, nem te zangues. não te troco por nada deste mundo. fica contente, sabes que quando regressar olhar-te-ei com outros olhos. com os olhos com que te olho sempre que regresso ao teu seio, ao teu ventre maternal...
eu amo-te.

16.8.09

"in my shoes...

...just to see what it's like to be me.
i'll be you,
let's trade shoes
just to see what it'd be like to
feel your pain.
you feel mine.
go inside each other's minds,
just to see what we'd find,
look at shit through each others' eyes."

11.8.09

gripe A - ter ou não ter?

a famosa gripe A tem ganho uma tamanha reputação por todo o mundo. por um lado, tem tornado as pessoas mais asseadas e, por outro, tem deixado deprimidos uns quantos hipocondríacos.
quanto a mim, essa gripe tem-me incomodado - não a tenho, nem julgo correr qualquer risco - mas esta história toda do vírus H1N1 se ter escapulido de um laboratório não me entra na cabeça. talvez devesse deixar a teoria da conspiração para indivíduos mais por dentro do assunto, mas é esta a minha opinião. esta pandemia acarretou apenas três aspectos negativos: a morte de mais de 1400 pessoas em todo o mundo; o incómodo que é ter o vírus no corpo (ou estar-se na dúvida se se tem ou não) e o boom de gastos de água na frequente lavagem de mãos, que daí decorreu. quando este surto terminar, a imprensa terá de causar outro pânico geral: provavelmente, sobrarão quatro litros de água, pouco mais.
ouvi dizer, de fontes talvez não tão fiáveis, que já há pessoas que se infectam propositadamente para, no caso do vírus sofrer uma mutação, estarem com os anticorpos fortalecidos.
eu não tenho medo da gripe suína. se for detectada a tempo, coisa que não há-de ser complicada, poderá ser devidamente curada e cada um segue com a sua vida. quantas pessoas no mundo não morrem por ano devido a uma gripe normal? o que me assusta, para além do ataque da imprensa, é o medicamento - tamiflu. há já quem tenha pago uma generosa maquia pelo medicamento experimental, e quem está com certeza a beneficiar de todo este panorama degradante é a farmacêutica que criou o dito remédio.
contrabalançando, não compensará ao grupo farmacêutico Roche a morte de uns quantos milhares de pessoas (que se calhar até são um bocado ruins) em troca de 3,8 bilhões de dólares? - isto apenas no primeiro semestre de 2009!
parece-me que o mundo começa a girar ao contrário. até as pessoas que nos salvam de pequenas ou grandes alhadas, como doenças e afins (sim, essas mesmo, as farmácias que nos mantêm saudáveis) se revoltaram para nos espremerem as carteiras e a saúde.

obrigadinha, hein?

nós, meros espectadores da crise mundial, estejamos de consciência tranquila que isto há-de passar e os malfeitores não hão-de sair impunes. podemos não ter a sorte de planear um boicote, mas não faz mal porque a vingança é um pecado mortal. mantenhamo-nos todos vivos da silva, que ao menos eles hão-de ir para o inferno porque, como já dizia o outro, não matarás.