28.12.11

crescer

hoje acordei e pensei
o meu bebé já tem cinco anos.










juro que foi a primeira vez na minha vida inteira em que pensei num aniversário de outra pessoa antes de me lembrar de que é que haveria de comer, ou de que horas seriam, ou se me apetecia dormir mais um pouco.

o meu bebé tem cinco anos.

ontem levei meia hora a dissertar sobre as alegrias desta criança na minha vida, acho que ultrapassei os limites de babada e cheguei mesmo a ser chata.
ele não é meu filho, nem é como se fosse - é meu primo, do meu sangue..
para além daquele cliché - mudei-lhe fraldas, dei-lhe banho e biberões - eu estava lá na primeira papinha dele. mais, eu estava lá quando ele deu os primeiros passos! eu tinha estado no brasil para passar o natal e o fim-de-ano com a outra família, cheguei e fomos ao corte inglés ver tapetes, eu peguei num letreiro com o preço que ele queria atirar ao chão e pu-lo do outro lado, e lá vai o meu grande sacana a andar por ali fora!

ele gosta tanto de mim que até me chama mana - mas não é só um nome, é o que eu sou.

e era assim que eu lhe chamava, antes de ele chegar ao tamanho que tem, o meu bebé.

27.12.11

lista de desejos para 2012

tirei algum tempo para pensar no que haveria de colocar nesta lista. fiquei um bocado confusa porque há mil coisas que quero fazer para o ano, mas não dependem exclusivamente de mim - e se não forem para o ano, serão para o seguinte, tudo vai da maneira como as coisas se desenrolam.
mas há uma coisa que depende apenas de mim, livros. este mês senti-me extra-inspirada para ler e, mais que isso, para reunir na minha mesa de cabeceira os meus próximos alvos.
entretanto, descobri Anaïs Nin. já tinha ouvido falar dela mas resolvi-me a comprar um livro dela para oferecer no natal, que acabou por ficar na minha posse. passarinhos. pequenos contos eróticos.
através dela, cheguei ao Henry Miller, que escreveu o Sexus, o Plexus e o Nexus, obras que há uns meses o meu tio me aconselhou a ler. também há um filme sobre eles os dois, que foram amantes, baseado num livro de Nin. ele também escreveu o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio, que estão aqui na estante da sala, lidos pela minha mãe sabe deus há quantos anos.

sabe tão bem este formigueiro na barriga, esta vontade de devorar livros, que tenho pena de não poder passar um dia inteiro a ler. ou, reformulando: tenho pena de não ser preciso lê-los para a faculdade.

portanto, o meu desejo para 2012 é ler estes livros:
1. John Chauffeur Russo, de Max du Veuzit - foi um livro que marcou a adolescência da minha avó e que ela fez questão de oferecer à minha mãe que, por sua vez, me ofereceu há umas semanas.
2. Dom Casmurro, de Machado de Assis - este mandou-me o meu tio por ela, não sei muito bem do que trata mas li intriga, amor e ciúme na contracapa, o que já me convenceu.
3. 1822, de Laurentino Gomes - foi o meu tio que mo ofereceu no meu 19º aniversário, comecei a lê-lo no mês passado. é um livro histórico sobre a independência do brasil, e foi por isso que me convenceu. pensei que a leitura ia ser um bocado cansativa, mas a verdade é que estou a adorar.
4. Marina, de Carlos Ruiz Zafón - tenho lido às mijinhas, principalmente porque está em espanhol e, à hora de deitar, o meu cérebro costuma estar mais lento, mas queria terminá-lo o quanto antes.
5. Del Amor y Otros Demonios, de Gabriel García Márquez - este também em espanhol, não faço ideia sobre o que trata, nem preciso. se é do meu gabriel, gosto.
6. Canção de Amor em Dez Andares, de Richard Milward - emprestou-mo um amigo meu que, quando o estava a ler, mandava-me aleatoriamente mensagens com excertos hilariantes. já comecei, e é este que tem sido o protagonista nos últimos dias.
7. Contos Completos, de García Márquez - ofereceu-me o alex nos anos. nele estão quatro obras: Os Funerais da Mamã Grande, A Incrível e Triste História da Cândida Eréndira e da Sua Avó Desalmada, Olhos de Cão Azul e Doze Contos Peregrinos.
8. O Diário de Anais Nin, Volume I.
9. um que me ofereceu a minha tia, cujo nome infelizmente não me recordo e que está ainda na estante à espera de ser comido.
10, 11, 12, 13 e 14 - os do Miller que referi acima

parece-me desafio suficiente para o ano que se aproxima, tendo em conta outros que terei de ler para a faculdade. pouco mais que um por mês, a ver vamos se sou capaz...

22.12.11

22.12

hoje éramos dois crescidos e um pequenote, que levámos a ver o rei leão e que não nos deixou tocar nas pipocas até começar o filme. numa altura de grande tensão do filme, diz "isto nunca mais acaba!..."
hoje éramos dois pequenotes e um crescido.

20.12.11

natal é

1. comer coisas boas
    1.1 aletria, leite creme, fios de ovos
    1.2 perú
    1.3 bacalhau
    1.4 roupa velha
2. beber vinho
3. dar e receber
    3.1 mimos
    3.2 presentes
    3.3 calor
4. música
5. rir
6. luzes variadas
7. aconchego
8. bom

16.12.11

sete dias

é quando decido que me quero fechar em casa que noto que há muita coisa a ser feita: presentes para preparar, ir à segurança social, levar o cão ao veterinário, colar fotografias na parede do meu quarto, fazer o cachecol de tricot, digitalizar aquelas fotografias que já estão na to do list há meses, arrumar o quarto, fazer o máximo de trabalhos possível até ao natal para me sentir descansada...
normalmente tenho sempre tanto que fazer mas, quando arranjo tempo, parece que me esqueço e às vezes deixo para depois. para depois quando?
obrigada nosso senhor pelo fim-de-semana que está a chegar. ainda bem que fizeste o mundo em sete dias, ainda bem que sete dias são uma semana e ainda bem que uma semana não chega para nada.
mal posso esperar pelas férias. tenho muito que fazer, mas só o facto de poder dizer que estou de férias já me torna a mulher mais feliz... do bairro?

de qualquer das formas, hoje vou sair. detesto sair quando há obrigações adjacentes.
hoje obrigo-me a pavonear-me por aí feita snob. la vie boheme, como te desejo!

14.12.11

depois de dois meses de aula de canto, ora aqui está uma coisa que me deixa genuinamente orgulhosa e feliz:

consigo alcançar 4,3 oitavas.

in your face beyoncé.

13.12.11

breakin it down

emoções ao rubro,
depois questiono-me se isto realmente será para mim: faculdade e até coisas triviais do dia-a-dia, porque só as sabemos triviais já que as vemos nas vidas alheias e até no grande ecrã.

e a quem é que posso fazer as mil e uma perguntas que tenho para colocar? quem é que me sabe responder?, se ninguém as tem sequer?

sinto-me um tanto ou quanto perdida e estúpida, meus senhores. se calhar a resiliência vem em doses esporádicas que eu já esgotei noutros momentos.
já não me lembrava desta sensação. é aterradora.
e é por isso que qualquer momento bom me soa a música de alta qualidade, sabe-me a mel - mas não da maneira que costumava ser.

emoção estagnada,
depois questiono-me se fui feita para isto, gostava que sim.

recebi

ganhei uma amiga nova :) quando revelar o rolo que já gastei, ponho aqui um cheirinho do que consegui captar

12.12.11

put it in a song

and i find it kind of funny,
i find it kind of sad.
the dreams in which i'm dying
are the best i've ever had.
i find it hard to tell you,
i find it hard to say.
when people run in circles
it's a very very
mad world

8.12.11

not a teen anymore

é à meia-noite que se dará a transformação do terrível monstro em mim.
ainda há dois anos escrevia eu sobre as angústias e felicidades dos 18 e, de repente, noto que já estou nos 20, prestes a dar início à minha terceira década de vida. acho que é a primeira vez que não tenho nada de especial a dizer, fazer anos é fixe mas já é só mais um ano.

2.12.11

presente

_o que é que queres para o natal? perguntou-lhe ele. simplesmente isso. não, não foi só isso. _o que é que queres para os anos? ou para o natal? foi mais assim. _não sei, qualquer coisa simbólica, não precisas de gastar muito dinheiro - como é óbvio! irritam-lhe aquelas pessoas que dizem que não importam os presentes, ela acha que estão a mentir e não deve ser a única. adora receber presentes e faz questão que lhos dêem, assim como adora dar às pessoas de quem gosta muito. não é materialista, a verdade é que só quer que o presente seja uma memória forte para quando for mais velhinha: um postal, um desenho, um passeio, algo que não exija custos financeiros. algo que marque.
_quero sentir a tua presença quando entrar nos vinte anos.
_vou dar-te um filho. (um filho, uma coisa nossa, embora haja mil outras coisas que possam ser só nossas e tu estás a ir demasiado longe.) entretanto, pôs-se a fazer contas de cabeça, realmente era algo que lhe podia dar sem muito custo, mas e ela? 
_isso a longo prazo vai custar-me dinheiro, muito!
_e se eu te desse um carro, ias reclamar só porque te ia custar gasolina? 
_dá-me um carro e logo vês. 
_sai-me caro... sabes que não tenho dinheiro para isso.
_um carro vale mais que uma vida?
_é claro que não.
_então, com a mesma facilidade com que punhas uma vida no mundo, põe antes um carro! ou uma piscina. sim, uma piscina! não me importo de parir uma pequenina, enchemo-la todos os dias, daqui a uns anos é grande e podemos ser felizes para sempre!