17.8.09

adeus lisboa!

eu amo-te. juro que te amo.
já viajei pelo mundo todo e, ainda assim, és a minha cidade preferida.
sou suspeita por dizer que és a cidade que mais alma tem, porque és também aquela que reúne a maior parte das minhas memórias.
eu amo-te, juro que te amo.
passámos por muito juntas, e ai de mim esquecer-me de ti um dia! nunca te esqueceste de mim, envolves-me durante a noite num embalo doce. as tuas ruas e os teus bairros imperfeitos, as tuas luzes sob o breu do teu cobertor, a tua respiração... foi por tudo isto, e talvez mais, que me apaixonei por ti desde o primeiro segundo.
eu amo-te. juro.
mas estou de malas feitas para outra civilização, outra cultura, outro povo. chama-se japão. tóquio. quioto. kanazawa. nenhum destes nomes é tão bonito como o teu... não, não te estou a tentar consolar. eu vou, sim.
mas volto em três tempos! ou melhor, em três semanas. não fiques triste comigo, nem te zangues. não te troco por nada deste mundo. fica contente, sabes que quando regressar olhar-te-ei com outros olhos. com os olhos com que te olho sempre que regresso ao teu seio, ao teu ventre maternal...
eu amo-te.

16.8.09

"in my shoes...

...just to see what it's like to be me.
i'll be you,
let's trade shoes
just to see what it'd be like to
feel your pain.
you feel mine.
go inside each other's minds,
just to see what we'd find,
look at shit through each others' eyes."

11.8.09

gripe A - ter ou não ter?

a famosa gripe A tem ganho uma tamanha reputação por todo o mundo. por um lado, tem tornado as pessoas mais asseadas e, por outro, tem deixado deprimidos uns quantos hipocondríacos.
quanto a mim, essa gripe tem-me incomodado - não a tenho, nem julgo correr qualquer risco - mas esta história toda do vírus H1N1 se ter escapulido de um laboratório não me entra na cabeça. talvez devesse deixar a teoria da conspiração para indivíduos mais por dentro do assunto, mas é esta a minha opinião. esta pandemia acarretou apenas três aspectos negativos: a morte de mais de 1400 pessoas em todo o mundo; o incómodo que é ter o vírus no corpo (ou estar-se na dúvida se se tem ou não) e o boom de gastos de água na frequente lavagem de mãos, que daí decorreu. quando este surto terminar, a imprensa terá de causar outro pânico geral: provavelmente, sobrarão quatro litros de água, pouco mais.
ouvi dizer, de fontes talvez não tão fiáveis, que já há pessoas que se infectam propositadamente para, no caso do vírus sofrer uma mutação, estarem com os anticorpos fortalecidos.
eu não tenho medo da gripe suína. se for detectada a tempo, coisa que não há-de ser complicada, poderá ser devidamente curada e cada um segue com a sua vida. quantas pessoas no mundo não morrem por ano devido a uma gripe normal? o que me assusta, para além do ataque da imprensa, é o medicamento - tamiflu. há já quem tenha pago uma generosa maquia pelo medicamento experimental, e quem está com certeza a beneficiar de todo este panorama degradante é a farmacêutica que criou o dito remédio.
contrabalançando, não compensará ao grupo farmacêutico Roche a morte de uns quantos milhares de pessoas (que se calhar até são um bocado ruins) em troca de 3,8 bilhões de dólares? - isto apenas no primeiro semestre de 2009!
parece-me que o mundo começa a girar ao contrário. até as pessoas que nos salvam de pequenas ou grandes alhadas, como doenças e afins (sim, essas mesmo, as farmácias que nos mantêm saudáveis) se revoltaram para nos espremerem as carteiras e a saúde.

obrigadinha, hein?

nós, meros espectadores da crise mundial, estejamos de consciência tranquila que isto há-de passar e os malfeitores não hão-de sair impunes. podemos não ter a sorte de planear um boicote, mas não faz mal porque a vingança é um pecado mortal. mantenhamo-nos todos vivos da silva, que ao menos eles hão-de ir para o inferno porque, como já dizia o outro, não matarás.

6.8.09

e se...?

e se não nos tivéssemos conhecido desta forma? e se, por acaso, fôssemos dar connosco no mesmo autocarro, sem sequer sabermos o nome um do outro? será que ainda ias achar que eu tenho aquela essência que mais ninguém tem a sorte de ter, ou que sem mim nunca te sentirias completo?

e se o destino e os astros tomassem outro rumo e nos víssemos hoje, pela primeira vez?

provavelmente, cada um seguiria o seu caminho e talvez a oportunidade de sermos felizes pairasse algures num mundo paralelo. ainda bem que estamos no mundo paralelo certo. quantos não serão os que se enganaram e perderam a chance? - aquela chance que não volta mais, porque há uma hora, um minuto e um segundo para tudo.

obrigada.

4.8.09

new amerykah

finalmente, chegou-me hoje às mãos o penúltimo álbum da erykah badu: New Amerykah Part One (4th World War), e considerando-me eu uma fã leal e atenciosa, não pude deixar escapar uma breve crítica.

tenho já o Baduizm, o Baduizm Live e o Mama's Gun, faltando-me apenas o World Wide Underground (que já conheço de ginjeira) e o New Amerykah Part Two (Return of the Ankh), continuação da minha mais recente aquisição.
para quem não conhece o trabalho da senhora erykah, aconselho vivamente.
para quem já conhece, tenho a avisar que este álbum, ao contrário dos anteriores, não segue a linha do soul e do jazz, caminhando por um hip-hop mais electrónico e psicadélico, com muita diversidade a nível instrumental e uso abundante de vozes e efeitos. este é um luxo ao qual a minha querida amiga se pode dar, enveredar pela irreverência e baixos pesados.
no entanto, a meu ver, não se destaca nenhuma faixa, coisa que acontecia facilmente nos anteriores trabalhos. dá-me a sensação também de que a artista se focou mais na melodia e na musicalidade, sendo que as letras perderam um pouco do seu encanto e força.
se queríamos uma coisa diferente, satisfizeram-nos a vontade. eu estava ainda à espera de um pouco mais da erykah que conhecia e, a esse nível, sinto-me desapontada.
não obstante, devo realçar que vale a pena conhecer esta nova erykah talvez um pouco mais comercial, cujo timbre se cola aos nossos ouvidos docemente.
a bonus track - Honey - já conhecia há algum tempo, e não me surpreendeu nem me tocou cá dentro. se eu pudesse, escolhia outra música para promover o álbum, como por exemplo esta:


não é fácil escolher, mas entre os álbuns acima referidos aponto o Mama's Gun como o meu preferido, porque cada som é surpreendente e único. nunca me canso de o ouvir. relativamente à erykah, fico sempre contente por ouvir malhas novas. quando ela deixar de dar ritmo à minha vida, entrarei em depressão.

3.8.09

é agosto e está um belo dia lá fora

o verão traz introspecção. a mexer em textos antigos, senti-me como se estivesse a receber presentes. sempre valorizei a minha escrita mas, olhando para letras, poemas e composições com mais de três anos, parece que estou a olhar para outra pessoa. cresci, sim. mas acho curiosa a interpretação que eu tinha da vida. acho interessante a adaptação dos textos à época em que os escrevi porque, mesmo sem data escrita, sei logo de quando será aquele monte de caracteres.
andando eu vazia de inspiração para postar alguma coisa interessante (não estou propriamente vazia, apenas sinto que o que vou escrever é demasiado desinteressante. para além disso, há certos parâmetros da minha vida que tenho vindo a viver com mais intensidade e que, mesmo assim, não os quero expôr.), recolhi um ou outro pedaço de papel/ficheiro do word que me tenha dado uma mínima vontade de sorrir e resolvi-me a publicá-los.

[atenção - o que se segue pode ferir a sensibilidade de algumas pessoas]

nov/dez de 2005
"Sometimes I’m afraid of death
What an innocent act, the whole moment of dying
More cruel than giving birth
But so beautiful and mysterious at the same time
Sexuality, since we were born, evolves us both
If it is love we’re sharing together
It is simply beautiful and pure
Like a flower in a cold morning
A kiss is never enough
I desire you, not yet found you"


junho/06
"Mas tenho uma vontade de escrever e de apontar tudo e mais alguma coisa! Tantas coisas que eu questiono!... Tenho um sonho: um dia quero marcar a diferença. E não é da boca para fora, como muitos dizem! Eu sei que tenho de marcar a diferença! Se Deus realmente existe (o que eu não acredito mas, estranhamente, me apoio nesta teoria) ele mandou-me cá abaixo para fazer alguma coisa de jeito, não? Até porque eu sonho muito, acredito e desacredito, posso e não posso, quero e desisto, mas resisto e sinto-me em anos mais tarde, a fazer alguma coisa. Deve ser confuso tentar perceber isto, eu explico que só estou a escrevê-lo para eu própria saber que faço alguma coisa decente, como escrever textos empolgantes (ou não). Se calhar é egoísmo meu. Quero ser política, ou pelo menos quero dizer a todos que quero, mudar coisas que me deixam boquiaberta neste mundo que dá vergonha.
Felizmente não temos outro planeta com seres inteligentes (que eu saiba) que se riem de nós! Ou se calhar temos e estamos a fazer figura de parvos.
Eu até punha aqui uma lista de teorias engraçadas que eu tenho (aparecem-me normalmente quando estou para dormir) como Adão e Eva não tinham umbigo (bom nome para um livro) ou até mesmo os sonhos são outro mundo em que todos temos uma missão e eu lá até sou uma pessoa importante. Sim, porque eu lembro-me quase sempre dos meus sonhos e às vezes são tão estupendos que eu tenho vontade de escrever uma história. Mas era capaz de ficar qualquer coisa desinteressante, e por isso guardo-os para mim."


dez/07
"uma coisa que eu faço muito é pensar. a minha mae ta smp a dize-lo. sou vitima dos meus pensamentos. eles ajudam me a sofrer. acho q acredito em Deus. sei la, tanta conversa sobre Ele, acho que acredito que exista algo assim superior. se realmente for o Deus que todos falam, eu nao gosto d'Ele. sim, milagres, whatever, acreditam que ele existe pq acontecem coisas extraordinarias. pois eu nao sei oqeq Ele tem contra mim, e pqeq me espreme a alma. nao tenho fé. nao tenho fé em ninguem nem em nada. a fé é uma ilusao porra. e nós somos marionetas de Deus. acho-O ridiculo. ya, ja tive uma licao de vida, ja passei por uma cena mm f***** que me fez ver as coisas doutra maneira. ya, Deus, obrigada por me abrires os olhos. agora olho a minha volta e peço-Te que deixes ir quem esta a sofrer e que mostres um pingo de esperança a qem precisa. isto é tudo uma merda duma hipocrisia. f****..eu vou-me afundando...OBRIGADA! no aniversario do teu filho manifestas-te. lembro-me daqele incendio la em casa que destruiu a sala.. foi no dia 25. ah q ironico! e hoje mandas o meu pai po hospital. ok, acredito em Ti, ja ta bom nao?... vejo nos meus sonhos o que me vai fazer sofrer. ao menos importas-Te em me estragares a surpresa. eu ja abri os meus olhos, eu vejo mais q qq um. eu vejo mais q qq um. se eh esse o Teu presente... preferia nem receber."


ago/08
"(...)Foi o melhor concerto da sua vida, aproximou-se do backstage e chamou por ele. Minutos antes, fez um flashback do que lhe poderia dizer… queria mesmo era sentar-se com ele à conversa, dizer que se emocionou com tal música, que se identificava bastante! Que já obrigara o seu pai a entender a arte do calão e da expressão da juventude de hoje em dia. O seu pai, o seu falecido pai. Ele tinha gostado! Teria isso significado para o MC, poeta? Não, talvez não. Mas talvez um dia, à conversa com amigos, recordasse aquele momento. Talvez recordasse que soube que a sua arte ajudou uma admiradora sua. Mas não disse nada disso. Foram uns breves dois minutos, em que disse qualquer coisa do género:
- Foi o primeiro concerto teu que eu vi, e gostei muito! – E, depois, revirando os olhos à procura do seu discurso, entoou duma forma insegura – és uma grande inspiração para mim.
Ele sorriu e agradeceu. Apenas. De que é que ela estava à espera, afinal? Que a abraçasse e dissesse que ela era especial? Que estupidez… mas sentiu-se concretizada.Ele era, de facto, uma inspiração.(...)"

acho que quem me lê é porque gosta, e porque não dar um pouco mais de mim, sem rodeios? quem é esta? esta sou eu.