13.1.09

sim, fui eu!

já me perguntei muitas vezes se serei orgulhosa.
a minha noção de orgulho: é talvez o não nos conhecermos bem o suficiente; é falta de confiança e de segurança; é o termos medo em aceitarmos as consequências das nossas acções.

todos nós fazemos asneiras - com ou sem intenção, bem ou mal intencionadas.
perdoar é divino. cometer erros é humano, e assumi-los também. se fosse divino, acho que haveria aí muito mais gente a dar o braço a torcer.

não os assumimos porque temos medo de drásticas repercussões, e isso custa-nos uns quilinhos a mais na consciência. ou, talvez, porque temos medo de mudar a imagem que as pessoas têm de nós. ainda melhor: temos medo de mudar a imagem que temos de nós mesmos. logo, não somos seguros em relação ao nosso eu. pronto, um pouco de orgulho não há-de ser grave, mas deveríamos sentir-nos bem connosco ao ponto de podermos admitir quem somos.

"eu sou assim. eu errei, prejudiquei outros, e lamento verdadeiramente. como não posso voltar atrás, evitá-lo-ei para uma próxima. aqui estou eu, satisfeito(a) com a pessoa que sou."

era bom se tudo fosse assim... orgulho em exagero estraga relações. temos de saber reconhecer também que nem sempre temos razão. é horrível quando tenho 99% de certeza que tenho razão em relação a alguma coisa e alguém prova que estou errada. sinto-me magoada. bom, não posso levar sempre as coisas a peito. os outros não hão-de gostar menos de mim por eu estar errada.

a modéstia é uma qualidade e pêras.

6 comentários:

Dann disse...

"os outros não hão-de gostar menos de mim por eu estar errada."

Antes pelo contrário. Sentir-te-ão mais humana, mais comum, mais próxima deles. Uma vez mais próximo de algo, menos complicado se tornam as relações.

Bem sabes de que falo eu.

Marta disse...

Isto de certa maneira parece escrito para uma certa pessoa que eu conheço. Sou eu, reconheces-me? Tenho um orgulhozinho de porcaria e já estraguei muita coisa à custa dele. Gostava de conseguir dizer " SIM, eu errei e nunca mais fiz o mesmo, ufa, foi uma lição que serviu mesmo bem" mas não posso, aliás, estaria a mentir com todos os dentes que tenho (o metal que os suporta incluido :P) na boca. De que é que me serviu errar se, apesar de ter aprendido, voltei a repetir o erro? De que é que me serve ser orgulhosa, se o facto de não conseguir admitir as coisas que faço faz de mim uma pessoa pior?

quem? disse...

bom, eu apoiei-me no episódio que tinha acontecido nesse dia, mas é positivo ver que o texto também serviu para reflectires sobre a tua vida. nem sequer tinha pensado nisso em relação a esse aspecto, mas parece que assenta que nem uma luva.

de qualquer das maneiras, é melhor fazermos as asneiras (quase!) todas agora, já que estamos na idade... right?

quem? disse...

"Gostava de conseguir dizer " SIM, eu errei e nunca mais fiz o mesmo, ufa, foi uma lição que serviu mesmo bem" mas não posso, aliás, estaria a mentir com todos os dentes que tenho (o metal que os suporta incluido :P) na boca."


suponho que então ainda te falte cresceres mais um bocadinho até não pensares e/ou agires assim.
cometer erros quando a nossa intuição nos diz para fazermos o contrário é... estupido(?).

but don't worry. há-de passar

Anónimo disse...

"suponho que então ainda te falte cresceres mais um bocadinho até não pensares e/ou agires assim.
cometer erros quando a nossa intuição nos diz para fazermos o contrário é... estupido(?)."

É humano.

quem? disse...

sim, é humano, mas não deixa de ser estúpido.

por exemplo; ter inveja também é humano. e igualmente estúpido.