17.10.09

van gogh cortou a orelha



Sometimes I feel like throwing my hands up in the air
I know I can count on you
Sometimes I feel like saying "Lord I just don't care"
But you've got the love I need To see me through

Sometimes it seems that the going is just too rough
And things go wrong no matter what I do
Now and then it feels like life is just too much
But you've got the love I need to see me through

onde é que errei, se é que errei?... se é que isto não é tudo da minha cabeça, se calhar sou um bocado paranóica e neurótica em relação a tudo o que me importa nesta vida. ou em relação a alguém. desculpa? porque é que parece que me estou a fazer de vítima? estou a agir como uma louca? não, meu amor. não sou louca. ou então sou - mais uma chanfrada na rifa.
quando a ténue linha entre a razão e emoção começa a assemelhar-se a algo invisível, como o sopro, não sei o que fazer ou o que dizer. na verdade, nem tenho tempo para não saber. simplesmente deixo que saia tudo a pontapé, palavras, lamentos e ofensas.
ofensas? não são ofensas. hás-de encarar como palavras de amor, porque não as dirijo a mais ninguém. só a ti, meu amor, porque te odeio como te amo, quando não te consigo ler.
nunca serei boa o suficiente, e agora tu percebes que não tinhas razão. sou uma pessoa decente mas, ao fim e ao cabo, não tenho coração. ou, por outra, até tenho: mas é um saco cheio de ervinhas que se colhem para feitiços, e já cheiram a mofo.
agora sou louca. sou excêntrica pelo que escrevo. diz-me, aquilo não foi motivo suficiente para desenrolar o novelo de blasfémias que tenho na cabeça? claro, achas que não, e por isso tens-me como maluca. mas eu acho que sim, e por isso sou mais débil ainda.
e, à medida que deixo sair o fumo das minhas orelhas (que já lá estava há muito tempo), mais tu te desiludes sem quereres, por teres confiado na minha presença encantadora.
era tudo tão especial e intenso, e ainda é, mas torna-se ridículo num contexto de vida quotidiana. somos imbatíveis, sim, seríamos, não tivesse eu de me deitar cedo para estar às 08h00 na escola; não tivesse eu de estudar todos os dias; não tivesse eu de preparar trabalhos; não tivesse eu outras pessoas na minha vida; não combinasse eu encontros com essas pessoas.
no fundo, sou mais um cadáver mundano a deambular no vazio.
hoje perdi-me pelos caminhos da incerteza humana, única e exclusivamente porque - oh, meu amor, perdoa-me outra vez - já tinha um compromisso para as 19h.

"queimai-me, senhor, queimai-me as plantas dos pés já que, como vossa ingrata esposa com uma orelha só, não mereço mais do que ser desprezada pelos vossos deuses"

sim, sou louca. fiquei louca. louca de amor.

9 comentários:

SouEu disse...

E o que é isso de se ser louco?
É levantar os pés da terra ou enterrá-los mais ainda?
E o que a vida sem loucura?
E amor sem loucura, o que é?
A loucura é a transmissão do que não se diz, a expressão do que se reprime.
Ou não?

Nervermind disse...

olha que queimar as plantas dos pés dói como tudo

Juan Ligeron disse...

La vida és aburrida y zás

Dann disse...

Eu sei que eu não errei. Who do we like the most, hint hint? Ourselves. Agora deixa-te de arroços sentimentais, vai lá ser louca da cabeça e se tiveres que fazer strip-tease, grava qué'prá gente poder desfrutar.

Anónimo disse...

não és nada louca
és a pessoa mais linda deste mundo.

beijinhos

mano

Rita disse...

é este o efeito que costuma ter (grande música)

Anónimo disse...

...strip-tease?..urgh..... ? ... !

Dann disse...

É. Nunca se sabe!

Anónimo disse...

Se assim que tem que ser, assim seja!