14.8.12

11 corações

se eu te dissesse que tenho uma bola feita de aço presa na minha goela.
se eu te dissesse que sobrevivo.
que esta dor vai ser tão dura quanto boa.
faz doer lentamente, arranha com carinho, tem toda a paciência do mundo para ficar por aqui a descansar.
e sabe que depois de tanto tempo vai ser doce e morno, cheirar por cima do teu lábio, as pernas entrelaçadas e risos a tarde inteira.

achavas que eu sabia o que isto era? eu achava que sabia, se calhar sabia, mas levaste-me a outro nível. levámo-nos. e como é que eu sei disto agora? sabes como.
custa-me ser demasiado lamechas. sou-o na minha cabeça, mas quando ponho em palavras fica estranho, talvez feio. todas as cartas de amor são ridículas, não te importes, não são ridículas se só tu as leres.

no outro dia disseste não sei o quê sobre um filme. foi tão bom ouvir-te pensar. projectos e improvisos. estou contigo e não abro.


e foi isto tudo que eu pensei enquanto ouvíamos esta música ao vivo e eu te abraçava com força. se eu te tivesse dito que tinha uma bola feita de aço na minha goela, se eu te tivesse dito que sobrevivia, mas não disse, era mentira.

2 comentários:

joaquim bispo disse...

http://www.revistasamizdat.com/

Anónimo disse...

fixe sound!!!

mitos mc