hoje vi o documentário inside deep throat, realizado por Fenton Bailey e Randy Barbato, mais de trinta anos depois do êxito de bilheteiras pornográfico. já tinha ouvido falar deste filme dos anos 70, sabia que é um clássico da indústria de filmes para adultos mas, após ver o documentário, muitas questões levantaram-se na minha cabeça e achei por bem dissertar sobre elas no meu espaço virtual. pode ser que quem me leia se questione também e ao menos que para isso sirva.
o deep throat teve e tem imenso sucesso pelas melhores e piores razões. na altura em que foi exibido, foi alvo de inúmeras críticas pelo governo americano e por alguma parte do público. um dos argumentos era que o filme convencia a mulher de que chegar ao orgasmo através do clitóris era uma coisa boa quando, na verdade, não era. logo, a mulher estava a ser enganada através de uma espécie de paródia pornográfica. o actor principal chegou a ser condenado a cinco anos de prisão!
nunca tive uma ideia específica sobre o que achar da pornografia. descobri-a acidentalmente com seis anos e seria um eufemismo caracterizar essa experiência como traumática. apesar de ter nascido no final do século XX, cheguei à adolescência convicta de que era feio falar-se sobre sexo, por isso é que tinha de ser em segredo, era sujo fazê-lo ou pensar-se nele. então, quando começámos a ter conferências sobre educação sexual na escola, eu sentia-me mal por ter de ouvir aquelas coisas; sentia que era até vergonhoso estar ali. eu não era uma puritana, ficava apenas incomodada com o facto de terem de me esfregar na cara que o processo de reprodução animal é algo que toda a gente faz. quanto mais vê-lo!
hoje, na recta final dos meus dezanove anos, vejo a coisa de forma completamente diferente e ainda bem.
não é tão bonito que apenas uma figura humana nos provoque tantas sensações diferentes no corpo? porque é que isso há-de ser sujo, se é bom? porque é que dizem que é feio, quando não é? acho que se as pessoas perdessem menos tempo à volta da problemática da promiscuidade este mundo seria um lugar melhor. esse conceito só existe por culpa de quem o inventou.
não condeno os filmes pornográficos - eles também são ficção. só vê quem quer ver e não acho que isso seja sinónimo de perversão.
relativamente ao deep throat, não o vi - ainda. quiçá ainda me faça mudar de ideias...
2 comentários:
justamente! o sexo é uma maravilha! o sadomasoquismo mais ainda! para quem entende, claro!
o ser humano tem uma tendência para reagir de maneira oposta à que sente. também escrevi sobre isso há uns tempos.
é estúpido termos que contrariar essa tendência, em vez de simplesmente vivê-la, ou senti-la, mas é o que se passa.
(creepy anónimo aí em cima!)
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