há aqueles momentos em que estou ocupada e lembro-me de algo excepcional para publicar no meu blogue e depois, quando aqui chego, a ideia esvai-se. uma vez que já tinha aberto a página, publico apenas esta música que me enche o coração.
30.10.11
28.10.11
por falar em aldeia global...
o conceito de aldeia global, para além de ser do conhecimento geral, é interessante. é um paradoxo em si, já que "globalização" não é uma palavra que tenha a ver com aldeia. é aí que está o seu propósito: numa aldeia todos se conhecem, as notícias correm depressa e facilmente se chega a qualquer lado. não sei bem porquê, mas eu associava aldeia a algo bom. "globalização", por sua vez, é um fenómeno que, apesar dos seus inúmeros aspectos positivos, incomoda-me.
na aldeia global, apesar da comunicação (maioritariamente virtual) ser demasiado facilitada, a comunicação dita real diminui. os vizinhos mal se conhecem, a tradição bairrista vai perdendo força, os amigos contam-se através do facebook e estamos todos em contacto de uma forma mórbida. eu não critico as redes sociais, mas sim a atitude geral que as acompanha. porque raio é que alguém que não me conhece de lado nenhum (mas que tem cinquenta amigos em comum comigo) me há-de enviar um pedido de amizade?
junta-se o que há de mau em "aldeia" e o que há de bom em "global", e não é justo.
por isso é que eu dou valor aos meus vizinhos - também considero-me com sorte neste aspecto. moro no último andar de um prédio e, no andar de baixo, há duas casas: a do joel e a do miguel. o joel tem cerca de 30 anos e vive sozinho há pouco mais de três anos; o miguel mudou-se há coisa de dois anos com os pais. são ambos bons vizinhos, daqueles que não forçam conversa no elevador, mas simplesmente falam sem rodeios sobre a vida. o joel é cabeleireiro e disse que eu fiz bem em cortar tanto o meu cabelo, convidou-me a ir ao salão dele um dia destes. o miguel toca piano no fim-de-semana e as notas ecoam pelas paredes da minha casa - é uma óptima maneira de acordar! o joel ouve música que eu gosto, pergunta-me pelo meu cão e pela minha mãe, tem confianças para me tocar às 2 da manhã porque se esqueceu das chaves. uma vez, no verão, fiquei a conversar com o miguel nas escadas até às 6 e tal da manhã. no outro dia mostrei-lhe uma queimadura no meu dedo e ele dispôs-se a emprestar-me uma pomada.
os mais velhos dizem que os garotos de hoje em dia não sabem o que é comunicar, só conhecem o computador e isolam-se do mundo. os mais velhos acham-se donos da razão. os jovens ainda gostam do mundo real e agarram-se a ele com unhas e dentes.
24.10.11
happy bday groovemental
sei que ando a passear-me por estas bandas por mais tempo que o que já era habitual. não devia ser assim, o habitual deveria ser marcar presença frequentemente, salvo excepções em que não me fosse possível ou não me apetecesse.
enfim, não vou perder aqui muito tempo à volta dessa questão. acho é que o facto de ter chegado o outono inspira-me para pensar mais e escrever mais. seja como for.
é meu costume alienar-me de diversas coisas importantes, o que importa é que elas estão lá. não é uma atitude bonita nem feia da minha parte, simplesmente não é propositada.
tenho pensado muito no tempo, que passa sem pedir autorização e que chega a ser maldoso. creio que as pessoas perdem-se e esquecem-se de notar que não é o simples passar do tempo que deve ser comemorado, mas sim o facto de algumas coisas do nosso agrado se manterem firmes ano após ano, e de outras estarem em constante mutação. a mudança deve ser sempre perspectivada para melhor.
assim sendo, lembrei-me que o meu blogue completou três anos no sábado. pobrezinho, tem andado abandonado. voltei. estou feliz. três anos já é tempo e, sem dar por isso, este blogue cresceu e, com ele, cresci eu também. um bocadinho em altura, outro tanto de cabeça. já tanta coisa por aqui passou, que não podia deixar de lhes fazer referência. e de agradecer, a quem quer que seja.
feliz ano velho
"Era Ano-Novo. E mudança de década: 1980. Não haveria champanhe, serpentinas ou abraços. Eu estava só.
- Feliz Ano-Novo, Marcelo.
- Pra você também, Marcelo.
Admirava a alegria das pessoas na rua, uma alegria da qual não fazia parte. Estava triste e só.
Adeus Ano Velho, feliz Ano Novo
Não tinha o mínimo sentido. As lágrimas rolaram, chorei sozinho, ninguém poderia imaginar o que eu estava passando. Nada fazia sentido. Todos sofriam comigo, me davam força, me ajudavam, mas era eu que estava ali deitado, e era eu que estava desejando a minha própria morte. Mas nem disto eu era capaz, não havia meio de largar aquela situação. Tinha que sofrer, tinha que estar só, tão só, que até meu corpo me abandonara. Comigo só estavam um par de olhos, nariz, ouvido e boca.
Feliz Ano Velho, adeus Ano Novo"
Marcelo Rubens Paiva
23.10.11
e porquê?
eu pergunto porquê? e vêm-me logo com teorias comprovadas que está tudo no cérebro, nos neurónios e nas sinapses. eu mando a química para o raio que a parta porque se eu sinto, canto, e o resto não podia interessar-me menos. então eu pergunto, e recebo uma resposta que só serve para me convencer mais de que eu, para mim, tenho razão. eu sinto o que acredito, e acredito no que penso. às vezes parece-me tudo uma mixórdia estranha atirada a pontapé para a minha cabeça mas, no fundo, não é mais do que o meu eu em plena actividade.
a experiência faz crescer, seja a bem ou a mal. a experiência também priva-nos do espanto. o espanto dinamiza os nossos dias. era uma vez um cuco.
gosto de me ver capaz de sentir que acabei de abrir os olhos e gosto, sobretudo, de olhar as coisas de forma simples; de não acrescentar-lhes automaticamente uma denotação demasiado rebuscada.
eu preciso de me exprimir, seja como for. tenho de ter muitas palavras a sair-me da boca ou da caneta, é como calhar... gosto demasiado de gostar de ti.
18.10.11
este calor já chateia
ter a última aula de terça-feira até às 20h até poderia ser uma experiência traumática, não fosse comunicação televisiva e respectivo formidável professor. fico bem disposta. saio daqui mais leve e tudo. às vezes considero-me uma pessoa com sorte.
a sorte protege os audazes.
não tenho por que temer - a não ser este calor que já chateia.
15.10.11
inside deep throat
hoje vi o documentário inside deep throat, realizado por Fenton Bailey e Randy Barbato, mais de trinta anos depois do êxito de bilheteiras pornográfico. já tinha ouvido falar deste filme dos anos 70, sabia que é um clássico da indústria de filmes para adultos mas, após ver o documentário, muitas questões levantaram-se na minha cabeça e achei por bem dissertar sobre elas no meu espaço virtual. pode ser que quem me leia se questione também e ao menos que para isso sirva.
o deep throat teve e tem imenso sucesso pelas melhores e piores razões. na altura em que foi exibido, foi alvo de inúmeras críticas pelo governo americano e por alguma parte do público. um dos argumentos era que o filme convencia a mulher de que chegar ao orgasmo através do clitóris era uma coisa boa quando, na verdade, não era. logo, a mulher estava a ser enganada através de uma espécie de paródia pornográfica. o actor principal chegou a ser condenado a cinco anos de prisão!
nunca tive uma ideia específica sobre o que achar da pornografia. descobri-a acidentalmente com seis anos e seria um eufemismo caracterizar essa experiência como traumática. apesar de ter nascido no final do século XX, cheguei à adolescência convicta de que era feio falar-se sobre sexo, por isso é que tinha de ser em segredo, era sujo fazê-lo ou pensar-se nele. então, quando começámos a ter conferências sobre educação sexual na escola, eu sentia-me mal por ter de ouvir aquelas coisas; sentia que era até vergonhoso estar ali. eu não era uma puritana, ficava apenas incomodada com o facto de terem de me esfregar na cara que o processo de reprodução animal é algo que toda a gente faz. quanto mais vê-lo!
hoje, na recta final dos meus dezanove anos, vejo a coisa de forma completamente diferente e ainda bem.
não é tão bonito que apenas uma figura humana nos provoque tantas sensações diferentes no corpo? porque é que isso há-de ser sujo, se é bom? porque é que dizem que é feio, quando não é? acho que se as pessoas perdessem menos tempo à volta da problemática da promiscuidade este mundo seria um lugar melhor. esse conceito só existe por culpa de quem o inventou.
não condeno os filmes pornográficos - eles também são ficção. só vê quem quer ver e não acho que isso seja sinónimo de perversão.
relativamente ao deep throat, não o vi - ainda. quiçá ainda me faça mudar de ideias...
someone like you
não gosto destas músicas de heartbreak que oiço na rádio. fazem-me, por breves momentos, acreditar que também eu sofro um desgosto amoroso e isso deixa-me angustiada.
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