17.4.10

they made it to the moon

dantes incomodava-me que pequenas metáforas não chegassem aos olhos de quem eu queria, quanto mais ao cérebro e à alma. não conseguia conceber como é que era possível existir alguém tão sem vontade. as coisas mudam, é certo como as chuvas em abril, e afinal era assim que era suposto ser.
ao alcance de quem quiser, procuro as palavras menos perceptíveis e adequadas, tão opostas ao verdadeiro sentido do meu pensamento, que já nem metáforas se podem chamar. e, assim, já nem para niguém servem a não ser para mim, não havendo, portanto, razão para perder tempo com tantas teclas.
acabou-se a urgência de escrever. urgências era o que estava cravado na minha garganta para eu deixar que fluisse tudo, às vezes era difícil de controlar a saída de pacientes. eles decidem ficar-se por lá e formam um quisto perto das amígdalas; nunca soube explicar muito bem este fenómeno - as emoções assolam-nos e as coisas boas e más juntam-se todas na garganta, talvez numa disputa infantil para ver quem faz explodir melhor.
qu'est-ce que je vais dire? qu'est-ce que tu veux de moi?
l'important c'est pas la chute. c'est la atterrissage. et moi, j'attente le destin.

2 comentários:

Marta disse...

as tuas palavras a mim não me incomodam. nem em francês, em russo, em eslavo, em polaco. o que me incomoda são os teus silêncios, aí deixa de me incomodar para me preocupar e passar a ter a certeza que alguma coisa não está bem. enquanto falares, eu vou compreender.

quem? disse...

os meus silêncios incomodam-te, mas nao incorro em erro ao acreditar que só tu percebes. só tu, e talvez também quem me trouxe ao mundo. sabes traduzir bem o que digo em que língua for, mesmo que seja kdfn dslkjd nj er né miga?
hi5!