4.3.11

canalizadores




uma coisa que aprendi em pequena é que, nesta bela sociedade, os grupos de trabalhadores implicam características que dificilmente se irão extinguir com o tempo: as cabeleireiras adoram fofoquices, os senhores das obras têm sempre um dom para os piropos, os empregados da brasileira são antipáticos, os jogadores de rugby são fixes, os futebolistas não são pessoas instruídas, os taxistas têm sempre uma opinião formada sobre tudo, os cantores famosos são drogados, e assim por diante.
não quero ferir susceptibilidades: acredito que, num dia menos mau, os empregados da brasileira empreguem um tom mais simpático.
estes estereótipos não foram inventados por mim; limito-me a escrever o que observo. pois eu sempre observei que os canalizadores costumam exibir uma específica parte do seu corpo enquanto cumprem o seu árduo trabalho. já o vi em desenhos animados, filmes e caricaturas.
há inúmeras razões para tal: engordaram uns quilitos desde que compraram aquela roupa, ou é a mulher que a compra e engana-se no número. a hipótese mais provável é que a posição em que têm de se colocar para fazerem o que lhes compete não lhes favorece a silhueta.
compreendi, então, quando o comprovei na realidade: se gostam ou não, eu não posso confirmar, mas têm sempre as calças ligeiramente mais abaixo, e a camisola um nadinha mais acima do que era suposto. ou será que...?
julgava eu que isso nunca iria mudar, era tão certo como as chuvas em abril. no entanto, o aquecimento global tem-nos pregado partidas, e isso pode transformar o mundo a níveis inimagináveis. tenho ouvido dizer que os tempos já não são o que eram, e qual não foi o meu espanto quando me deparei com um canalizador de roupa interior à medida (ou um pouco maior, para facilitar), movendo-se confortavelmente enquanto mexia nas tomadas.
será este um pequeno passo para a resolução de todas as incongruências do mundo? gosto de acreditar que sim. de facto, este tema pouco tem de interessante, mas não deixou de me fazer espécie. tanto é, que eu andava com ele às voltas na minha cabeça para o publicar no blogue. poderei estar a ficar louca ou, na verdade, desejarei que as pessoas parem de atribuir estereótipos aos restantes seres humanos.
 

2 comentários:

Anónimo disse...

os estereótipos existem para consumar uma ordem um pouco mesquinha.

Anónimo disse...

por exemplo; os estereótipos de que o povo português é burro percorre de forma absurda por aqui no Brasil. Não é raro vermos piadas sobre os portugueses,embora acredite que tenha um pouco de verdade nisso, mas não devemos generalizar. há portugueses inteligentes. como há brasileiros burros.