31.3.11

ah, quanto fica ainda por dizer!...



hip-hop,
nunca acabámos, eu só precisava de um tempo. realmente, só me dei conta disso agora que senti a tua falta; agora que senti a curiosidade de te ir procurar, de te sentir. estás sempre no lugar mais bonito que guardei para ti: o meu coração, as minhas memórias.
o hip-hop é uma coisa muito estranha, quase não se canta, o que é isso? rap? há que saber admirar a genialidade de sam the kid, por exemplo, e faço minhas algumas das palavras dele, na música que aqui deixo.

eu deixava-me inundar incessantemente por ti, eras tudo o que me rodeava, eras as pessoas de quem eu gostava, serviste-me de terapia e de consolo. não sei porque é que a quebra foi tão repentina. nunca me fizeste mal nenhum!

a memória às vezes sabe ser matreira, tem-me acontecido lembrar-me instantaneamente de situações passadas sobre as quais nunca mais pensei. como aquela vez que eu e a mariana tínhamos quinze anos e decidimos ir a uma festa qualquer de uma faculdade, acabámos por não entrar, andámos a vadiar sei lá eu por onde, lembras-te estarmos na alameda a ver quem é que sabia de cor as letras todas?, nós sentíamos tanto aquilo - mais do que isso, acho que aquilo sentia-nos - e momentos desses bastavam-nos como um "amo-te", podia ser que ninguém nos compreendesse mas nem pensávamos nisso, onde tu ias ia eu atrás, onde eu ia estavas lá tu.

e é por estas razões que acho que tenho um pequeno toque para a música. gosto de música. mas isso não chega em relação a certas combinações de notas e instrumentos, eu sei lá... estremeço toda por dentro, és mesmo o meu objecto de amor, "quero uma história contigo", já temos uma linda história e tu chegas a fazer-me chorar. fomos feitas uma para a outra, eu para ti, música, e tu só existias porque sabias que eu ia nascer.

vou cantarolando uma ode à música, ao hip-hop, a tudo o que me toca cá dentro...

a noite está morna and it feels just so good.

 

22.3.11

burr'ié!

já me tinham falado de uma característica especial dos condutores de lisboa, e eu sempre me ri um bocado disso, porque não me parecia que fosse verdade. recém-encartada que sou, tenho-me divertido (e entrado em pânico também) nas minhas últimas aventuras por esta cidade, e vim a constatar um facto, que é certo como as leis de murphy:
quanto mais tempo ficas à espera num semáforo vermelho, maior é a probabilidade dos condutores que te rodeiam estarem a tirar macacos do nariz.
será a condução o momento propício para tão sensual momento de higiene? ou terá a ver com aquela aula de código que faltei?...

4.3.11

canalizadores




uma coisa que aprendi em pequena é que, nesta bela sociedade, os grupos de trabalhadores implicam características que dificilmente se irão extinguir com o tempo: as cabeleireiras adoram fofoquices, os senhores das obras têm sempre um dom para os piropos, os empregados da brasileira são antipáticos, os jogadores de rugby são fixes, os futebolistas não são pessoas instruídas, os taxistas têm sempre uma opinião formada sobre tudo, os cantores famosos são drogados, e assim por diante.
não quero ferir susceptibilidades: acredito que, num dia menos mau, os empregados da brasileira empreguem um tom mais simpático.
estes estereótipos não foram inventados por mim; limito-me a escrever o que observo. pois eu sempre observei que os canalizadores costumam exibir uma específica parte do seu corpo enquanto cumprem o seu árduo trabalho. já o vi em desenhos animados, filmes e caricaturas.
há inúmeras razões para tal: engordaram uns quilitos desde que compraram aquela roupa, ou é a mulher que a compra e engana-se no número. a hipótese mais provável é que a posição em que têm de se colocar para fazerem o que lhes compete não lhes favorece a silhueta.
compreendi, então, quando o comprovei na realidade: se gostam ou não, eu não posso confirmar, mas têm sempre as calças ligeiramente mais abaixo, e a camisola um nadinha mais acima do que era suposto. ou será que...?
julgava eu que isso nunca iria mudar, era tão certo como as chuvas em abril. no entanto, o aquecimento global tem-nos pregado partidas, e isso pode transformar o mundo a níveis inimagináveis. tenho ouvido dizer que os tempos já não são o que eram, e qual não foi o meu espanto quando me deparei com um canalizador de roupa interior à medida (ou um pouco maior, para facilitar), movendo-se confortavelmente enquanto mexia nas tomadas.
será este um pequeno passo para a resolução de todas as incongruências do mundo? gosto de acreditar que sim. de facto, este tema pouco tem de interessante, mas não deixou de me fazer espécie. tanto é, que eu andava com ele às voltas na minha cabeça para o publicar no blogue. poderei estar a ficar louca ou, na verdade, desejarei que as pessoas parem de atribuir estereótipos aos restantes seres humanos.
 

3.3.11

don't f


a questão às vezes prende-se com uma frase:


"diz-me isso como se eu fosse um homem"

2.3.11

garcía lorca

"Me he perdido muchas veces por el mar
con el oído lleno de flores recién cortadas,
con la lengua llena de amor y de agonía."