30.7.11

brasil

há três anos e oito meses que não pisava este chão. muita coisa aconteceu desde essa altura, passei por muitos momentos altos e baixos como é normal que aconteça na vida e, pela primeira vez em muito tempo, sinto-me genuinamente feliz.
é aquela felicidade que se sente quando se alcança algo grandioso, é aquela sensação de alívio, de recomeço e de limpeza interior. não vim com esse propósito, mas parecia-me inevitável que acontecesse. ainda só passou um dia, ainda estou em salvador - amanhã sigo para aracaju, que é onde me espera a minha família toda. não só vai ser comovente o reencontro com eles, como também o reencontro comigo mesma.
vim sempre com o meu pai, desde pequena. era uma coisa nossa. passava aqui as minhas férias de verão, com a minha família, família dele, com ele. ele era o meu melhor amigo e eu achava que ia durar para sempre. dos seis aos dezasseis, brasil era o meu pai, meu pai era brasil. todas as histórias bonitas têm um fim e é aí que está todo o encanto.
mas as histórias também podem ser reinventadas e é disso que se trata este regresso. eu precisei de mais de três anos para me sentir capaz de reinventar.
agora senti-me feliz, vejo que tudo faz sentido e que continuo eu mesma, embora naturalmente mais madura. comprometi-me a saborear cada momento que passar aqui para mais tarde não achar que podia ter feito mais.
era só isto que me faltava para me resolver e para me esclarecer. olhando para trás, não poderia ter sido de outra forma.


sou luso-brasileira com muito orgulho!

22.7.11

isto é amor


já tenho vindo a mencionar este projecto que tenho com o meu irmão e, agora que é verão, temos finalmente tido a oportunidade de nos dedicarmos mais do que o costume. assim sendo, como é óbvio, a minha vida tem girado à volta das nossas músicas e dos nossos planos. sabe muito bem. não percebo o que é que se passa entre mim e o meu irmão - independentemente da música ser bonita ou feia, nós sentimos aquilo. é a nossa forma de nos amarmos.
sinto-me tão orgulhosa por partilharmos este fervilhar de emoções pela música e, principalmente, por caminharmos nisto juntos. porque, antes de eu sequer ir a festas, já o meu irmão andava a partir mesas de mistura por aí. eu só queria criar. criar muito.
criamos juntos, somos do mesmo sangue, é a melhor sensação de sempre.

do ré mi

"o que, no fundo, lhe causava mais comoção não eram os acordes e a melodia no seu todo, mas sim aqueles pequenos intervalos em que os seus dedos deslizavam pelas cordas da viola e gemiam por mais."

um livro qualquer, escrito por quem?

20.7.11

se eu por acaso fosse tradutora e legendasse programas americanos, colocaria um :D entre parênteses de cada vez que referissem algo em relação a portugal.

8.7.11

and we will say that it's sent from above


but in the end is just foolish love.

ontem apercebi-me do quão vertiginoso é o conceito de morte.
morte, morte. não é propriamente uma desconhecida para mim.
morte nos outros é assustadora, sim.
e em mim?
 o vazio.

so, in this life, we've got to make the best of it.
como? dou primasia às sensações. é verão, gosto. gosto dos meus pés na areia, gosto do cheiro da terra molhada, dos pássaros a cantar às cinco e meia da manhã, de ainda ser de dia quando janto, de andar de t-shirt à noite.
conhecer, mais e mais. nunca chega. sabe bem a sintestesia familiar, mas gosto de criar outras.
um novo sabor alicia-me.

e assim estou bem.

so we just keep on wasting time.