28.3.09

belleruche - northern girls

só a ouvia na rádio e entrava em êxtase. feita parva, nunca ouvia o nome do grupo nem da música, e continuava ignorante. andei três dias às voltas, a tentar lembrar-me da letra e a pesquisar pela internet. ah, que vitória quando a encontrei! - há alguns minutos.
esta música... não sei... acho que tem alguma angústia à mistura, mas é linda. hoje sinto-me assim, angustiada. vá-se lá saber porquê...

27.3.09

quem colhe tempestades...

c'um caraças! - penso, para comigo.
sabem quando o vosso organismo se vira contra vocês?
"comeste muitos doces, andas a comer fast-food a mais, não dormes tanto quanto devias, faz exercício!" não é só a minha mãe que me diz isso. pelos vistos, também mo dizia o meu corpo. eu, com um peso na consciência, lá me ia lamentando: ai, que estou em tão baixa forma, tenho de ir para o ginásio, agora é que é. é desta que começo a fazer uma dieta saudável e a beber cinco litros de água por dia. desta é que é!
mas o "desta" representa sempre o dia seguinte, ou a semana seguinte. ou o milénio seguinte.
pois é. então, sabem quando o organismo se vinga cruelmente?
se calhar não sabem, porque quando ficam doentes nem pensam nisso. mas eu sei. e sei-o bem porque, às custas da minha preguicite, tenho de passar uns bons dias a comer tostas e a beber chá. hoje arrisquei-me a um geladinho, e paguei-o bem caro. nem um chocolate dura aqui muito tempo.
ao almoço, entre sandes de pasta de atum ou de queijo fresco, fiquei-me pela segunda hipótese. nada de coca-cola, álcool, chocolate, leite, sumos, fritos, etc. isto deixa a uma simples estudante do secundário pouca variedade na escolha da refeição, sobretudo quando o plano financeiro não está em bom estado.
"passas a vida a encher o bandulho de porcarias" diz-me ele, o meu corpo "agora não entra cá mais nada! só chá! e do mal-saboroso!" agora, quer queira, quer não, vou perder uns quilos extra (fica para o verão).
e pronto, quem sofre sou eu. já o mundo está em crise, o papa senil, a maddie não aparece, o caso freeport é o que se vê... e eu não posso começar as férias descansada.

20.3.09

chocolate?

sessenta dias!

vá, na verdade foram cinquenta... admito que, infelizmente, fiz batota em taizé porque senão morria à fome. mas, fora isso, estou contente com a minha capacidade de auto-domínio. o último dia era hoje. amanhã enfardo chocolate o dia todo.


bom fim-de-semana, minha gente!

18.3.09

abstinência!!

segundo o nosso Papa Bento XVI, afinal parece que o preservativo não serve para nada na luta contra a SIDA.
porquê? isso é ao nosso critério, vossa santidade não explicou os estudos que há-de ter feito.
mas a conclusão com que ficou foi que o preservativo até é um entrave à erradicação da doença.
porquê? o vírus do HIV transmite-se, principalmente, por relações sexuais, julgava eu. o preservativo impede que haja troca de fluidos. não há troca de fluidos - não há contágio. ERRADO. porquê? já estão a querer saber demais. no que diz o Papa é que se devem fiar.
a resposta para o problema do vírus do HIV é a abstinência. os preservativos custam dinheiro e, se realizada, dará bons resultados, não duvido. duvido é que a maioria da população de áfrica, mesmo tendo o vírus pela sua corrente sanguínea, tenha conhecimento de que é seropositiva; e impor ao ser humano que deixe de obter prazer físico através do sexo para sempre, é uma crueldade. os padres que façam como quiserem, mas cada um se decide. não é dizer que não se faz mais e depois andar atrás dos meninos às escondidas, a dar-lhes rebuçados e tudo.
não importa, abstinência para todos!! (mais vale para todos mesmo, já que dividir os que têm SIDA dos que não têm é um processo complicado) e, daqui a 70 anos, já não há gente em áfrica. depois concretizamos o sonho do Papa e invadimos o dito continente.
agora, continuo sem perceber como é que há-de o preservativo ser uma forma de expansão da doença. pode ser que nos revele o Ratzinger, um dia mais tarde.

17.3.09

eu vs. frio

esta agressiva onda de calor que se tem vindo a fazer sentir (e que me tem feito autoproclamar-me sado-masoquista por andar em stress há duas semanas e estar feliz da vida) parece que vai terminar sexta-feira.
obrigada!... pode ser que seja desta que dê em maluca. passo a semana inteira a morrer de calor que nem um porco sufocado e, quando chega o meu tão ansiado fim-de-semana, faz frio!
atreve-te, senhor da meteorologia que escreve para o Metro. atreve-te a não desmentires o que escreveste. se faz frio, eu mato alguém.
oh, vá lá, pronto... também não quero incentivar o aquecimento global, mas estava a saber tão bem... :)

16.3.09

em altas

sabe que pode não ter razão, mas insiste que o que diz é uma verdade universal. irrita-me, acha que tem imensa graça e que a vida gira à volta de brincadeiras idiotas. é um bocado o meu extremo quando não tenho lata para me soltar.
sinto-me feliz e concretizada, cheguei a essa conclusão. tudo me corre bem e, mesmo o que não corre, não parece ser assim tão grande drama. "apoia-te nos amigos" - diziam os antigos - "quando te sentires fraquejar". foi o que fiz.

- posso-te pedir um favorzinho? não precisas de o fazer... mas salvavas-me a vida! - aposto que ela já estava a pensar que eu lhe ia pedir para matar alguém. estaria a prever algo impossível de concretizar, qualquer coisa assim doida.
- vá - respondeu-me, sem hipótese - diz lá...
- vem comigo, faz-me companhia. só demoro vinte minutos!
- não tenho vinte minutos!
- então despacho-me em quinze...
- bom... dez minutos e não se fala mais nisso.
- obrigada! - sorri e suspirei de alívio. só a presença dela tirara-me um peso de cima, e a verdade é que acabou por ficar do meu lado. salvou-me o dia.

a vida não é um buraco negro.
se a minha vida desse um livro de História e eu, não me conhecendo, tivesse de a estudar para um teste, não percebia nada e tinha negativa. mudo tanto, tudo muda. gostava de aprofundar este tema, mas o que é que se há-de fazer? está calor e quero descansar.
estou feliz! acho que é do bom tempo e do excesso de trabalho. tenho matéria de estudo de diversas disciplinas a correr-me pelas veias, tal é a moca.

4.3.09

diário de taizé

22/fev
custa-me mentalizar-me de que já posso deixar fluir as emoções bloqueadas, e parece-me que esse é o primeiro passo.(...) a tampa sabe que se pode soltar, mas não entende muito bem como.

23/fev
hoje senti-me útil. de manhã, lavei as casas-de-banho, agora à noite estive a tratar da loiça para lavar e arrumar.(...) estou na oração e tudo parece certo. todos cantam.(...)vou, gradualmente, abrindo a caixinha cá dentro e medito a meu proveito.(...) esta sensação é estranha. perde-se a noção de tempo e de espaço; de tudo, aliás. as vozes unem-se de uma forma angelical e os cânticos são perfeitos.(...)à noite fico mais introspectiva, não sei porquê.(...) se quero estar sozinha, porque não o faço? ao fim do dia quero fechar-me mais para mim, no meu mundo. há gente que não entende. há gente que entende mal - acha que estou triste, chateada, ou assim.

24/fev
a minha voz está fraca mas consigo cantar duma forma que quase me sinto elevar. (...)oração da noite - parece um bocado de céu. se é isto que sentimos quando morremos, deve ser bom. já não tenho raiva dentro de mim, e acho que o meu choro era de revolta.(...) puxei algumas emoções para fora, a tampa abriu-se mais um bocadinho... fiz o que senti. à tarde passeei-me sozinha por aqui.(...) o céu mostrava-se aos pedaços, as nuvens enormes de todas as cores moviam-se rápido e o vento gelava-me a cara e o pescoço. "onde estarás?" perguntei-me. será que ele está, de facto, nas nuvens?

25/fev
tenho imensa energia para gastar. ou, melhor, para partilhar. sinto-me preenchida e gostava que isto durasse para sempre. apetece-me abraçar toda a gente, como acontece quando se está bêbedo. tem piada.
será que Deus existe?
nunca saberei.
acredito que ele exista?
sim.
conheço-o?
não.
(...) eu estou aqui, agora. não há nada que me perturbe. está tudo bem. sinto a minha barriga a borbulhar pelo amor que sinto dentro de mim, quase como se estivesse apaixonada por alguma coisa.(...) isto é muito especial e eu estou muito emocionada.

26/fev
tudo na vida é passageiro. tenho saudades de lisboa, mas não me importava nada em viver aqui... a comida não é grande coisa, nem o café, mas eu gosto. acorda-se às 7h e é um gelo, mas não me importo. a água do duche tanto sai gelada como a escaldar, mas é giro; estamos em grupo. há muito convívio e trocas de impressões, espírito de camaradagem. hoje à tarde escrevi uma carta, porque senti que o deveria fazer. senti-o e fi-lo. porque não?

27/fev
não me quero ir embora... (...) encontrei-me aqui; acho que era essa a minha missão em taizé. encontrar-me. ajudar alguém. sinto-me concretizada. (...) sinto-me feliz; não só contente, mas também feliz. (...) é assim que eu sou. (...) quando morrer quero ser cremada, detesto a ideia de ficar a apodrecer debaixo da terra. (...) não quero sair daqui... isto é tudo tão bom, tãao benéfico... (...) chorei muito. muito. amanhã começa a mudar tudo - são os preparativos para o regresso. não quero...

28/fev
estou cheia de emoções irritantes e preciso dum banho. esta é a tão falada oração das velas. estou super-hiper emocionada, quero taizé para sempre...vou voltar à rotina de lisboa. acho que vou olhar para a minha casa como um lugar estranho. o meu coração bate bué rápido (...) os sinos tocam e as últimas pessoas entram na igreja. não sei o que me espera agora. apetece-me escrever. não aguento isto.

1/mar [no autocarro]
estou triste. parámos agora no mcdonalds e consumimos os hamburguers que nem uns bichos famintos. já não comia carne há mais de uma semana...(...) esta viagem mudou muito em mim.

2/mar [no autocarro]
já se deu a despedida entre Guimarães, Porto e Lisboa.(...)passou tão rápido, caraças. amei taizé.